Um show de Maria Bethânia abre, na noite desta quarta-feira (9), a 4.ª Festa Literária Internacional de Parati (FLIP). A cantora baiana vai ler trechos de obras de Jorge Amado e fazer um show em sua homenagem.
A vida e a obra do autor de "Tieta do Agreste" servem de tema ao debate que acontece na quinta-feira (10), dia em que o escritor baiano completaria 94 anos de cidade se estivesse vivo. A obra do homenageado nesta edição da FLIP vai ser debatida por Myriam Fraga (diretora da Fundação Casa Jorge Amado), Alberto da Costa e Silva (imortal da Academia Brasileira de Letras) e Eduardo de Assis Duarte (autor do livro Jorge Amado: Romance em Tempo de Utopia). A idéia do trio é discutir o legado do escritor, nascido no município de Itabuna.
O tributo na Flip coincide com (e reforça) uma leva de eventos que tem Amado como alvo: a publicação de correspondências inéditas pela revista EntreLivros deste mês; o reconhecimento no exterior onde acaba de ser lançado "Gabriela, Cravo e Canela" pela Bloomsbury; e uma reavaliação crítica por parte da academia, a mesma que sempre torceu o nariz para os livros que fizeram de Amado um dos autores mais célebres do país em todos os tempos.
O primeiro exemplo desse mea-culpa acadêmico vem de Ana Maria Machado, doutora em Lingüística e escritora de mais de uma centena de livros infantis. No recém-lançado "Romântico, Sedutor e Anarquista Como e Por Que Ler Jorge Amado Hoje" (Objetiva, 148 págs., R$ 27,90), ela define o escritor baiano como um "anarquista romântico" que promoveu uma "fusão amorosa entre o erudito e o popular, erotizou a narrativa e trouxe à tona questões sobre o não-sectarismo, a miscigenação, a luta contra o preconceito e contra a pseudo-erudição européia".
A FLIP acontece até o domingo (13), com debates, palestras, lançamentos de obras e shows.
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