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Escritos de Artistas – Anos 60/70Glória Ferreira e Cecilia Cotrim (Org.)(Jorge Zahar Editor, 464 págs. , R$ 49). Arte.

Obra reúne textos produzidos nos anos 60 e 70 por artistas e grupos de variadas tendências, áreas de atuação e nacionalidades, inclusive brasileiros, que oferecem diversos pontos de vista e refletem o pensamento estético contemporâneo. A coletânea traz escritos consi-derados clássicos (alguns indisponíveis no Brasil) e ensaios que contribuem para a compreensão da obra do própria artista-escritor. Reproduzidos na íntegra e organizados por data de publicação, são manifestos, cartas, entrevistas e ensaios, acompanhados de comentários das organizadoras e uma breve biografia de cada autor. Ao todo, são mais de 50 textos de figuras como Richard Serra, Joseph Beuys, John Cage, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Artur Barrio e vários outros.

Gracias por el FuegoMario Benedetti(Tradução de Eric Nepomuceno. L&PM Pocket, 266 págs., R$ 16). Romance.

Mario Benedetti fala de frustrações coletivas e pessoais em história situada no seu Uruguai natal, na época em que grande parte da América Latina estava nas mãos de governantes militares. De um lado, as desilusões de uma geração uruguaia inconformada com a crise econômica e social do país. De outro, três gerações da família Budiño que, a partir de uma profunda falta de diálogo, vivem uma relação conflituosa. O drama se desenrola sobretudo entre o patriarca Edmundo e Ramón, um de seus filhos, quando este descobre que o pai não é o exemplo de caráter que todos imaginavam ser. Frustrado com a vida que leva – de um casamento infeliz a um trabalho em uma agência de turismo que o deprime –, Ramón planeja a morte do pai como a única solução possível.

Na Pior em Paris e LondresGeorge Orwell(Tradução de Pedro Maia Soares. Companhia das Letras, 256 págs., R$ 39,50). Jornalismo.

Eric Arthur Blair (1903 – 1950) ainda não havia imaginado o pseudônimo George Orwell – com que assinaria 1984 e A Revolução dos Bichos – quando decidiu viver uma experiência insólita: experimentar um mundo de "miséria e vagabundagem", como descreve o subtítulo, em duas das principais cidades do mundo: Paris e Londres. O ano era 1928 e seu sonho, tornar-se escritor. A bagagem que acumularia em uma rotina de pobreza extrema poderia ser o primeiro passo para realizá-lo. Tentou a vida como professor de inglês em Paris e não demorou para ficar sem dinheiro, perder alunos e ser roubado. Depois de passar fome e trabalhar em restaurantes infernais, partiu para a Inglaterra, onde conviveu com mendigos londrinos. O livro, publicado pela primeira vez em 1933, faz parte da coleção Jornalismo Literário e traz posfácio de Sérgio Augusto.

Manual do Cidadão OprimidoGuilherme Campos(Edição do autor, 156 págs., preço a definir). Contos.

Graduado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, o violonista e escritor curitibano Guilherme Campos estréia na literária com o livro de contos Manual do Cidadão Oprimido. A obra é dedicada a todos que já se sentiram oprimidos alguma vez, "mesmo que por um ínfimo instante". A antologia soma 12 histórias, todas inspiradas na primeira e mais longa delas, "Manual do Cidadão Oprimido", de 53 páginas. Escrita em 1998, ela mistura prosa com artigos de lei, notas de rodapé, reproduções de jornais e cartas. "O Furto" mostra um diálogo de seis páginas entre duas pessoas cujas identidades não são reveladas. Algo semelhante acontece em "Devolução", ao mostrar a conversa entre um homem e uma mulher, ele tentando reaver o dinheiro de um livro. O trabalho de Campos foi definido pela escritora Luci Collin como "muito humano, muito próximo de quem o está lendo".

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