Crônicas da Província do BrasilManuel Bandeira(Cosac Naify, 320 págs., R$ 48). Crônicas.

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Obra com organização, notas e prefácio de Julio Castañon Guimarães, Crônicas da Província do Brasil dá início à publicação, pela Cosac Naify, da prosa de Manuel Bandeira (1886 – 1968). Imortalizado por sua poesia, Bandeira é um dos autores fundamentais do modernismo brasileiro. Seu livro de crônicas foi editado originalmente em 1937 e, hoje, estava disponível somente no volume de suas obras completas. Por meio da prosa do autor de Libertinagem (1930), é possível perceber uma sociedade fulminada pela modernização no Brasil da primeira metade do século 20. Com textos escritos para a imprensa nacional entre as décadas de 20 e 30, o poeta-cronista procura retratar o país na condição de província. E, neste caso, isso é um elogio.

Este É Meu CredoCarlos Fuentes(Tradução de Ebréia de Castro Alves. Rocco, 304 págs., R$ 44). Autobiografia.

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Combinação de confissões e ensaios, a obra reúne os pensamentos de Carlos Fuentes em vários tópicos, de "Amor" até "Zurique". Livro passeia por vários temas caros ao escritor mexicano, como literatura – escrevendo sobre Balzac, Faulkner e Kafka –, preocupação social e política. Ele revela suas idéias sobre cinema ("A própria presença da imagem cinematográfica, a criação que inspira e a mitologia que cria são, talvez, as características mais profundas da identidade de nossa época") e Shakespeare ("Hamlet duvida porque lembra"). O volume é uma espécie de dicionário relacionado à vida e à obra de Fuentes, no qual registra informações sobre assuntos e artistas essenciais à sua formação.

Sob a PeleMichel Faber(Tradução de Léa Viveiros de Castro. Record, 320 págs., R$ 39,90). Romance.

Nascido na Holanda, em 1960, Michel Faber cresceu na Austrália e hoje vive na Escócia. Sua literatura já foi definida como um cruzamento entre a obra de Roald Dahl (A Fantástica Fábrica de Chocolate) e a de Franz Kafka (A Metamorfose). Indicado ao prêmio Whitbread, o segundo mais famoso do Reino Unido – perde apenas para o Man Booker –, Sob a Pele acompanha a trajetória de Isserley, uma psicopata que circula pelas rodovias escocesas a fim de encontrar novas vítimas: homens de corpos perfeitos, de preferência jovens e, por isso, repleto de hormônios. Sua arma é um carro – um Toyota vermelho, com o qual oferece caronas a sujeitos desavisados. Com uma narrativa cômica e grotesca, este é o segundo livro do autor publicado pela Record. O anterior foi Pétala Escarlate, Flor Branca.

Rumo à Estação FinlândiaEdmund Wilson(Tradução de Paulo Henriques Britto. Companhia de Bolso, 576 págs., R$ 28). História.

Para comemorar seu aniversário de 20 anos, a Companhia das Letras reedita, no formato de bolso e com uma sobrecapa luxuosa, o primeiro livro de seu catálogo – não por acaso, foi também o primeiro sucesso da casa fundada por Luiz Schwarcz em 1987. Rumo à Estação Finlândia, de Edmund Wilson (1895 – 1972), percorre as batalhas intelectuais de um grupo de homens que ajudaram a moldar a história do século passado. O autor analisa a vida, as idéias e as práticas de figuras como Michelet, Bakunin, Anatole France, Marx, Engels, Trotski e Lenin, revisitando as origens e o nascimento da Revolução Russa de 1917. Renomado crítico literário, o americano Wilson se tornou conhecido pelas análises que fez de James Joyce e Marcel Proust no livro O Castelo de Axel, recentemente reeditado pela Companhia.

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A Civilização Feudal – Do Ano Mil à Colonização da AméricaJérôme Baschet(Tradução de Marcelo Rede. Globo, 584 págs., R$ 59). História.

Com prefácio de Jacques Le Goff, considerado por muitos o maior pesquisador medievalista vivo, a obra procura demonstrar que a Idade Média – fase da história que compreende o período entre os séculos 5 e 15 – é muito mais próxima da história da América do que se acredita. Jérôme Baschet divide seu livro em duas partes. Na primeira, aborda a formação e o desenvolvimento da Cristandade feudal. Na segunda, reconstitui a lógica que orientava a sociedade medieval, tratando de temas como tempo, espaço e salvação da alma. Pupilo de Le Goff, Baschet é autor de vários livros que influenciaram os estudos sobre a Idade Média. A Civilização Feudal – Do Ano Mil à Colonização da América é o único de sua bibliografia disponível no Brasil.

Paixão Índia – A Verdadeira História da Princesa de KapurthalaJavier Moro(Tradução de Sandra Martha Dolinsky. Planeta, 422 págs., R$ 44,90). Romance.

A andaluza Anita Delgado era apenas uma jovem bailarina quando um marajá indiano se apaixonou por ela, construiu um palácio em seu nome e a transformou em princesa (embora tivesse outras mulheres, como manda a tradição local). Javier Moro conta a história dessa relação em Paixão Índia, livro que vendeu mais de 300 mil exemplares somente na Espanha. O autor, de 50 anos, realizou uma pesquisa minuciosa, mas terminou escrevendo um romance histórico "para melhor refletir o sabor de uma época" e "as extravagâncias dos últimos marajás". Moro ficou fascinado pela personalidade de Anita. O casamento dela com o rajá de Kapurthala colocou em choque o Oriente e o Ocidente e se tornou um dos maiores escândalos da Índia inglesa.

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