Antes de tudo havia a música, observa o compositor Luiz Felipe Leprevost. “Tenho pensado na música como se fosse algo presente na paisagem sonora antes mesmo de sua codificação. Há música no homem quer ele queira quer não”, teoriza.
Esta ideia ganhou corpo quando ele releu uma anotação perdida e não assinada em um de seus cadernos: “Aquele Lugar Antigo e Amnésico de Onde Vem a Música”.
E agora ganha vida, depois que Leprevost a usou para batizar o novo concerto que levará ao palco do Teatro do Paiol na próxima quinta-feira (3), às 20 horas (ingressos a R$ 20 e R$ 10). O show marca uma guinada na carreira do artista ao trazer novamente a música para a centro de sua produção, lugar que vinha sendo ocupado pela literatura nos últimos anos.
Também revela uma mudança de rumo artístico ao apostar no teor mais lírico e intimista de suas composições. Os últimos trabalhos de Leprevost tinham canções mais pop e elementos teatrais e cênicos bem visíveis. “Escolhi um repertório mais simples que, acredito, se comunicará melhor com o público. Um show menos performático, sem dança ou figurinos arrojados ou música eletrônica”, compara.
No palco com o violonista Mazzar Mazzarolo (que assina a direção musical) e alguns convidados, Leprevost vai executar canções e baladas do seu repertório, algumas há muito engavetadas e outras, ainda frescas, compostas recentemente. “Este é um show mais reflexivo que exige um tipo de relação mais sensível com a música e plateia”, afirma.
Nada triste ou aborrecido, garante o músico. “Quis ressaltar um lirismo que não se envergonha do que é no lugar do meu lado irônico ou cínico que pode, às vezes, ser confundido com ingenuidade”, disse.
Paiol
O show também marca a primeira apresentação solo de Leprevost no palco “sagrado” da cidade. “Sempre sonhei em tocar no Paiol”, conta. O músico compartilha o orgulho curitibano em relação à pequena arena criada sobre o antigo paiol de pólvora. “É um lugar especial. Não bastasse isso, foi inaugurado pelo Vinicius [de Moraes], meu poeta preferido da vida toda”. Leprevost ainda ressalta a proximidade com a plateia que a arquitetura do Paiol permite. “É a intimidade absoluta. No palco italiano, você fica em uma posição de superioridade. No Paiol, você atua aos pés do público, que é onde o artista deve estar”.
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