O líder do grupo conservador católico Opus Dei diz rezar todos os dias pelo escritor Dan Brown e pelos responsáveis pelo filme baseado no romance "O código Da Vinci" (veja trailer), que retrata seu movimento como reservado e sanguinário.
O bispo Javier Echevarría Rodriguez disse em uma entrevista publicada nesta quarta-feira que não leu o livro campeão de vendas e que acha que seu sucesso mostra que a sociedade moderna precisa de uma educação religiosa e espiritual apropriada.
O filme provocou a ira de grupos cristãos devido ao enredo, que conta que Jesus casou-se com Maria Madalena e teve filhos com ela. Na terça-feira, a produção teve uma fria recepção da crítica, após a exibição para a imprensa antes da abertura oficial do Festival de Cinema de Cannes.
Uma das personagens principais da trama é um membro do Opus Dei, o monge albino Silas, um assassino masoquista. Na vida real, o grupo não tem monges.
- Rezo todo dia pelo escritor e por aqueles que fizeram o filme, porque eles podem não perceber que o que eles dizem pode magoar as pessoas e que eles estão blasfemando - falou Echevarría ao jornal católico La Croix.
O Opus Dei é uma organização conservadora católica fundada em 1928, na Espanha, por Josemaria Escrivá de Balaguer para ensinar os católicos a lutar pela santidade por meio do trabalho. A prelazia tem 85 mil membros no mundo inteiro, dos quais 2 mil são padres.
Escrivá foi canonizado em 2002.
Echevarría, que é o atual prelado ou líder do grupo, disse não ter lido o livro.
- Não tenho tempo para perder com esse tipo de romance - disse. Entretanto, ele tinha idéias claras sobre o significado de seu sucesso.
- Esse fenômeno mostra que nossa sociedade tem uma grande necessidade de transcendência e de aspirações pelo outro mundo - disse.
- Mas as pessoas se desapontarão porque o livro e o filme não atenderão suas expectativas. Vemos como a educação religiosa e espiritual é importante. Nossos contemporâneos parecem prontos a acreditar em qualquer coisa. A perda da fé sempre leva à superstição.
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