Reconhecido por sua prosa refinada, de frases simples e diretas, o escritor americano James Salter morreu na última sexta-feira (19), nos EUA.
Ele lançou seu romance de estreia em 1956. “The Hunters” se aproveitava da experiência militar do autor, que foi piloto de caças da Força Aérea dos EUA por 12 anos, tendo lutado na Guerra da Coreia. Em 1958, o livro foi adaptado para o cinema por Dick Powell e batizado no Brasil de “Raposas do Espaço”, no qual Robert Mitchum vive um piloto inspirado em relatos autobiográficos.
“Alguém disse uma vez que você pode contar todas as histórias que quiser contar, mas não consegue escrever somente sobre o que quer contar. Você só consegue escrever sobre o que você é. Eu não faço histórias do nada, sempre faço histórias sobre coisas que conheço”, disse Salter em 2009, quando esteve no Brasil para participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Consagrado nos Estados Unidos e pouco conhecido no Brasil, Salter era eventualmente chamado de “escritor para escritores”. Gostava do apelido por indicar que ele era apreciado por quem mais entendia de literatura, seus pares. Mas fazia ressalvas:
“O problema é que o termo também quer dizer que apenas os escritores o leem, que você não tem leitores comuns. Mas não acho que isso seja verdade. Você escreve para ser lido, não para ser admirado por um grupo pequeno.”
Sua obra passou a ser mais reconhecida a partir de seu terceiro livro, “A Sport and a Pastime”, de 1967. Outros de seus títulos foram “Light Years”, “Solo Faces” e “Última Noite” (publicado no Brasil), além da autobiografia “Burning the Days”, de 1998. Ano passado, ele publicou “Tudo Que É”, que novamente traz recordações da guerra em meio a temas como a busca do amor perfeito, o desencanto e a insignificância da glória.
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