Vattimo participa do Litercultura (ingressos estão esgotados).| Foto: Divulgação

O filósofo italiano Gianni Vattimo participa nesta segunda-feira (8) do segundo capítulo do festival literário Litercultura, às 19h30, na Capela Santa Maria (R. Conselheiro Laurindo, 273, Centro), em um encontro com a também filósofa e escritora brasileira Márcia Tiburi. Os ingressos para o evento já estão esgotados.

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No encontro chamado de “Elogio do Frágil”, a dupla vai analisar a presença da filosofia no cotidiano das pessoas. O evento terá mediação do curador do festival, Manuel da Costa Pinto.

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Aos 79 anos, Vattimo é um dos pensadores mais controversos e contestadores da Europa. É autor de uma teoria chamada de “pensamento fraco”, que prega o fim das verdades absolutas. “Fraqueza é uma saída para a ética pessoal e política por conta da violência que caracteriza nossa existência no mundo capitalista atrasado”, afirma Vattimo, em entrevista por e-mail para a Gazeta do Povo.

Uma ordem ideal é aquela em que o povo pode debater sobre o que deve ser esta ordem e o que não é. A melhor forma de vida é a que tolera múltiplas formas de vida, seguindo as opções livres de diferentes pessoas e grupos.

Gianni Vattimo, filósofo.

Para ele, esta “fraqueza” baseia-se na emancipação e humanização de nossas vidas com a redução progressiva das verdades absolutas que inspiram as várias formas de fanatismo. “Muito da dor que vivemos na história foi produzida por pessoas que acreditavam ter a verdade, científica, religiosa ou filosófica. Eu costumo dizer que não deve ser assim. Não concordamos porque achamos a verdade, mas achamos a verdade por que concordamos”, aponta.

O filósofo explica que a grande influência desta teoria é a recepção da mensagem cristã da caridade. “O único valor absoluto possível é a caridade, o respeito e amor a todas as pessoas. A democracia só é possível quando ninguém pode pretender ser o dono da verdade absoluta sobre como governar a sociedade. Esta fraqueza atrapalha nossa existência? Eu não acredito”, disse.

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Segundo a perspectiva de Vattimo, devemos evitar a crença numa ordem ideal do mundo e aceitar melhor a natureza “aberta” dos eventos sociais e políticos. “Uma ordem ideal é aquela em que o povo pode debater sobre o que deve ser esta ordem e o que não é. A melhor forma de vida é a que tolera múltiplas formas de vida, seguindo as opções livres de diferentes pessoas e grupos.”

Para ele, este tipo de pensamento é apropriado para questões contemporâneas, como a tolerância à diversidade sexual e ao novo feminismo. “Desde que não se ameace a liberdade dos outros, uma pessoa deve viver da forma como preferir. “

Para Vattimo, a submissão voluntária à opressão é reflexo da falta de envolvimento pessoal na política. “Há falta de compromisso com o destino da sociedade em que vivemos. Há uma espécie de egoísmo generalizado.”