O senhor sempre teve a aviação como foco de suas investigações, com obras importantes relacionadas a desastres aéreos. Como surgiu o interesse em analisar uma tragédia da navegação?
Porque o impacto na opinião pública do naufrágio do Bateau Mouche IV foi semelhante ao que ocorre quando cai um avião.
Que dificuldades encontrou ao longo do trabalho?
Levei quase 15 anos para escrever o livro. Explico: interrompi o trabalho quando o programa “Linha Direta”, da TV Globo, do qual eu era um dos roteiristas, levou ao ar um episódio sobre o naufrágio. Por isso resolvi aguardar alguns anos. Surgiu então a maior dificuldade. Muitas das pessoas envolvidas na tragédia haviam mudado de endereço e de telefone. Foi difícil localizá-las.
Como só morre gente pobre e desimportante [em naufrágios na Amazônia, ainda hoje], ninguém liga muito, nem mesmo os ribeirinhos. Faz parte da sina deles.
Que lições é possível tirar dessa tragédia?
Na segurança da navegação nas regiões Sul e Sudeste, com certeza houve avanços. Já na Amazônia, barcos continuam a circular com excesso de passageiros, falta de botes e coletes salva-vidas. Naufrágios se sucedem por lá. Como só morre gente pobre e desimportante, ninguém liga muito, nem mesmo os ribeirinhos. Faz parte da sina deles.
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