Sem distinção de gênero literário (não há mais divisão entre romance, conto e poesia) e com a escolha de um livro a mais por ano (eram três e passam a ser quatro), o prêmio Portugal Telecom de Literatura renasce com o nome de Oceanos e será gerido e patrocinado pelo Instituto Itaú Cultural.
Criado em 2003, o prêmio mudou de nome e de patrocinador após a desistência da antiga parceira em continuar a oferecer o galardão, um dos mais importantes da literatura lusófona.
Segundo o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, o instituto preferiu não atrelar o nome à láurea cujos recursos vêm do caixa da instituição sem aporte de recursos provenientes de lei de incentivo fiscal. O nome do prêmio foi escolhido por contemplar os três oceanos – Atlântico, Pacífico e Índico – que banham os países falantes de língua portuguesa no mundo.
Nomes
Paranaenses venceram quatro vezes o Prêmio Portugal Telecom, que passa a se chamar Oceanos: Dalton Trevisan em 2003 (por “Pico na Veia”), em 2007 (“Macho Não Ganha Flor”) e em 2012 (“O Anão e a Ninfeta”); e Cristovão Tezza (catarinense radicado em Curitiba) em 2008 por “O Filho Eterno”.
“Aceitamos ser parceiros do prêmio na hora que a proposta nos foi feita, pois reconhecemos a importância e o legado que ele já conquistou”, afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (9) em São Paulo. Segundo Saron, um prêmio literário também tem afinidade com outros projetos do Itaú Cultural. “Com o tempo, queremos aumentar o diálogo e acho que vai haver uma oxigenação recíproca entre no instituto e o prêmio”, disse.
Curadora do evento desde o início, Selma Caetano destaca que neste primeiro ano sob o novo nome já vão ocorrer três mudanças significativas na estrutura da premiação. A maior novidade é o fim da segmentação por gêneros literários. “Decidimos após muito debate entre o Conselho que o prêmio se dará para a criação literária e não mais para o gênero. Acreditamos que assim o prêmio fica mais democrático”, disse Selma.
Foi criado um Conselho Consultivo encarregado de definir o regulamente do prêmio e escolher os integrantes do júri inicial do certame. O escritor José Castello e o curador do festival literário Litercultura, Manoel da Costa Pinto, fazem parte do conselho ao lado de Antonio Carlos Secchin, Beatriz Resende, Benjamim Abdala Jr., Claudiney Ferreira, Flora Sussekind, Leyla Perrone-Moisés e Lourival Holanda. Na curadoria, além de Selma Caetano, estão os escritores Noemi Jaffé e Rodrigo Lacerda.
Dinheiro
O Prêmio Oceanos vai contemplar quatro livros vencedores, o que fez com que o valor total da premiação passasse dos R$ 200 mil (pela Portugal Telecom) para R$ 230 mil. O primeiro colocado recebe R$ 100 mil reais; o segundo, R$ 60 mil; o terceiro, R$ 40 mil; e o quarto colocado, R$ 30 mil.
As inscrições para o Prêmio Oceanos começam nesta quarta-feira (10) no site do Itaú Cultural e se estendem até o dia 10 de julho. A entrega do prêmio será no Auditório Ibirapuera em São Paulo em data ainda não estipulada.
Podem se inscrever livros escritos originalmente em português que tenham sido publicados no Brasil no ano de 2014. São aceitos também livros que foram publicados nos países lusófonos entre 1.º de janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2014, desde que tenham sido publicados no Brasil também em 2014.
Na primeira etapa, o Conselho Consultivo indica um júri inicial de até 150 estudiosos de literatura lusófona. Em votação online, este júri escolhe 40 finalistas do total de livros inscritos. E elege também três jurados que ao lado dos três curadores vão avaliar as obras nas etapas seguintes.
Esse novo júri seleciona 12 obras como semifinalistas. Na última etapa, o mesmo júri escolhe quatro vencedores.
(O jornalista viajou a convite do Itaú Cultural)
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