A escritora Nélida Piñon lamentou a morte do uruguaio Eduardo Galeano nesta segunda-feira (13) e disse que o autor foi “polêmico” e manteve suas posições ideológicas “até o final”.

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Piñon disse à agência Efe que Galeano é um “grande” nome da literatura e uma “figura emblemática na América Latina”. A escritora afirmou ainda que sua literatura tem uma “grande sedução verbal”.

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“Ele defendeu certas posições políticas e, de certo modo, não as abandonou. Foi com elas até o final”, disse Piñon. A autora lembrou que Galeano “sentia uma atração” pelo palco e que do palanque “podia esclarecer sua ideologia, sua postura moral e explicar como vivia esta nossa América Latina, moderna e arcaica”.

Galeano escreveu mais de 50 livros (traduzidos para cerca de 20 idiomas), entre documentários, ficções e obras jornalísticas, e tinha o futebol, as mulheres, a cultura e o continente latino-americano como principais temas de interesse. Sua obra mais famosa foi As Veias Abertas da América Latina, que, desde sua publicação, em 1971, se converteu em um clássico da literatura política do continente. Entre os livros notáveis do uruguaio, está também a trilogia Memória do Fogo.

“A utopia serve para caminhar. Um sentido ‘até sempre’ para quem foi um mestre de várias gerações”, publicou, no Twitter, o senador e ex-chanceler do Uruguai Luis Almagro. “A morte de Eduardo Galeano impacta e dói. Ninguém pode preparar uma descrição tão poética do futebol quanto ele”, comentou o jornalista esportivo uruguaio Martin Charquero.

A ex-senadora colombiana Piedad Córdoba Ruiz destacou o lado político do escritor: “Os pobres do mundo perdem um de seus grandes defensores. Descanse em paz, mestre Eduardo Galeano, e aqui seguiremos sua luta”, postou.