Marlon James tornou-se, nesta terça-feira (13), o primeiro jamaicano a vencer o Man Booker Prize, um dos principais prêmios literários do mundo. A obra que lhe rendeu o prêmio é “A Brief History of Seven Killings” (“uma breve história de sete assassinatos”). Apesar de ter “breve” no título, trata-se um calhamaço de 680 páginas, com uma narrativa que atravessa décadas e tem 75 personagens – numa fragmentação que fez James ser comparado a William Faulkner. A história é inspirada na tentativa de assassinato de Bob Marley, em 1976. Nela, James fala do mundo da gangues e da política da Jamaica, além de retratar a disseminação da cocaína nos EUA.
Michael Wood, presidente do júri do Booker, ressaltou que a escolha do jamaicano radicado nos Estados Unidos foi unanimidade entre os cinco membros.
“Um dos prazeres dessa leitura é que, quando você vira a página, não tem certeza de quem será o próximo narrador”, afirmou Wood, que também é professor emérito da Universidade de Princeton, nos EUA.
O enredo, cheio de sexo e violência, traz uma cacofonia de vozes, que vão de gângsters a fantasmas, misturando traficantes e agentes da CIA. A linguagem da obra foi elogiada por ir de gírias a “alturas bíblicas”, nas palavras do júri.
Marlon James, 44, vai receber 50 mil libras (cerca de R$ 291 mil). E verá as vendas do romance dispararem -depois que o livro entrou na final do Man Booker Prize, elas já haviam triplicado.
A escolha de James mostra a tendência do júri em premiar romances longos nos últimos anos. Em 2014, o eleito havia sido “O Caminho Estreito para os Confins do Norte”, de Richard Flannagan. Antes disso, “Os luminares”, de Eleanor Catton.
Marlon James concorria com os britânicos Tom McCarthy (por “Satin Island”) e Sunjeev Sahota (“The Year of the Runaways”); o nigeriano Chigozie Obioma (“The Fishermen”); além das americanas Anne Tyler (“A Spool of Blue Thread”) e Hanya Yanagihara (“A Little Life”).
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