Experiências Extraordinárias, de Rodrigo Garcia Lopes (Kan Editora, 114 págs., R$25). No Projeto Vox Urbe, hoje, às 21h, no WNK Bar (R. Trajano Reis, 326 – São Francisco).
Seis meses após a publicação do elogiado primeiro romance O Trovador (Record), o escritor paranaense Rodrigo Garcia Lopes lança hoje o livro de poemas, Experiências Extraordinárias. “Para mim foi natural que, depois de um período de oito anos pesquisando, escrevendo e pensando O Trovador, um romance policial, eu voltasse para a poesia”, disse.
O livro é dividido em quatro seções. “Idade Mídia” fala de temas contemporâneos como a fronteira entre civilização e barbárie. Em seguida, há uma seleção de haicais de “Satori Uso”, o poeta inventado por Garcia Lopes em 1985. “Diálogos” traz conversas com alguns escritores que o autor admira, paródias e tradução; e o capítulo final, “Experiências Extraordinárias”, reúne poemas livres.
Os textos são impregnados de referências que vão da mitologia grega à música pop e refletem o repertório cultural de Garcia Lopes.
O LONGO ADEUS
Somos uma ficção ambulante.
Conhece-te a ti mesmo
na entrada de Delfos
parece mais um grito
de desespero.
A agulha no disco
de nossas vidas.
O estranho nos espelhos.
“Alguém já disse que os escritores criam seus precursores e eu concordo. Acho que quem quer se dedicar à arte da linguagem verbal deve estar sempre curioso e aberto para novas maneiras de escrever poesia, de outra tradição literária, de outras culturas e tempos”, disse.
Alguns eventos ocorridos no período em que o livro foi escrito, entre 2013 e 2014, também são gatilhos para poemas. “Como diria Rimbaud, é preciso ser absolutamente contemporâneo. Eu me considero apenas um poeta do meu tempo”, destaca.
Em dois poemas, faz uma jocosa provocação usando a forma de manchetes sensacionalistas de portais da internet usando personagens importantes da literatura para fazer uma crítica irônica sobre a cultura das celebridades e sobre parte do jornalismo do século 21.
“Em outros livros já haviam poemas que lidavam com a sociedade do espetáculo e nossa idade mídia”, diz o poeta. “Neste livro concentrei alguns poemas mais críticos, que vem combater a ideia de que os poetas hoje escrevem apenas para si mesmos ou estejam distantes da realidade imediata, seja lá o que for isso”, disse.
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