Quando surgiu a chance de entrevista com o autor de “Crônica dos Mortos”, a primeira pergunta veio rápido: por que algumas pessoas são fascinadas por mortos-vivos?
“Acho que o fascínio não está restrito a ideia de zumbi, mas a uma situação de sobrevivência e como isso transforma os personagens, para o bem e para o mal”, explica o escritor Rodrigo de Oliveira. “Cada um pode pensar e sentir qualquer coisa, mas você pode comparar cada livro dessa saga às situações de outros com foco na sobrevivência em ambiente inóspito, por exemplo. E há diversos outros temas universais como a luta por liberdade, contra a opressão de uma maioria, o domínio de massas, a robotização das pessoas, enfim. Não é apenas zumbi.”
Oliveira admite que, antes de ter o pesadelo que o fez querer escrever sobre mortos-vivos, ele nunca havia considerado a hipótese de fazê-lo. “O que me interessa nesse tipo de história é toda a variedade de temas que podemos explorar a partir de uma premissa da catástrofe. Meus livros não tratam exclusivamente de violência. Há uma história que fala de sobrevivência, amor, trabalho em equipe e assim por diante. Escolas já o adotaram para turmas de adolescentes por causa disso”, explica.
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