Barrett, um sujeito comum em busca de algumas respostas na vida, divide um apartamento em Nova York com o seu irmão, Tyler, um músico frustrado, e com a mulher do irmão, Beth, que luta contra um câncer.
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Toda a ação de “A Rainha da Neve”, do escritor americano Michael Cunningham, transcorre em um punhado de cenas – cada uma abrangendo poucas horas, em geral invernais – em que os personagens refletem sobre suas escolhas e chegam a algumas conclusões difíceis.
O fio condutor da trama é o momento em que Barrett, caminhando pelo Central Park depois de ter levado um fora do namorado, enxerga uma luz incomum.
Tocado pela beleza da aparição, ele acredita ter presenciado algo importante, ainda que não entenda o real significado por trás da visão. Barrett, é claro, supõe que a solução do enigma terá o poder de influenciar não só o próprio destino, mas o destino do irmão e o da cunhada, ou dos amigos Liz e Andrew.
Michael Cunningham. Bertrand Brasil. 252 pp., R$ 35
É o excesso de reminiscências, sem que haja de fato muita coisa acontecendo, que contribui para a impressão de uma narrativa estagnada – que, ao contrário das boas histórias reflexivas e pausadas, tem a desvantagem de matraquear um bocado de clichês.
Pior do que um romance superficial, só um romance superficial que tenta parecer profundo.
O gosto do escritor norte-americano por temas solenes acaba transparecendo no excesso de adjetivos e nas metáforas e comparações exageradas.
Do início ao fim do livro, o que se vê é um autor lutando para encontrar uma frase de efeito.
Consequentemente, o melodrama vem em doses maciças e, como costuma acontecer, não raro descamba para a cafonice.
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