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Lilia Schwarcz e Heloisa Murgel Starling, historiadoras e autoras de Brasil: Uma Biografia, contam as percepções sobre o livro, lançado no sábado (9), pela Companhia das Letras.

Existe uma articulação grande entre história e interpretação neste livro. Vocês tiveram receio de inserir as análises?

Temos várias interpretações fortes. Uma delas é a questão da mestiçagem e da escravidão. Não deixamos passar nada e, por isso, a obra toda foi feita para ser uma porrada. Tem também a questão de trazer a questão da luta pela consolidação da república, que teve e tem suas falhas. É por isso que o livro recebe esse nome Brasil: Uma Biografia, porque tem momento que a gente surpreende, que a gente se decepciona, que vemos as contradições, os paralelos, os acertos e os enganos. O fato é que todo país é um personagem e merece uma biografia. Mas o Brasil é maior do que um livro, e acho que se as pessoas vierem a debater mais sobre sua própria história a partir do que está lá [no livro] já vai ser um ganho.

Como foi o processo de seleção do que iria entrar nesse livro e o que ficaria de fora?

Foi nosso grande desafio. Tem fatos que se impõe, claro. Mas outros eram opções e tivemos a chance de pensar em dá-los de uma maneira renovada. Como o aspecto cultural. Não queríamos fazer da cultura apenas um efeito da infraestrutura, porque a cultura produz o seu momento.

A produção do livro também teve apoio em documentação inédita...

Sim. É uma tentativa de consumir conhecimento novo também.

Qual a diferença deste para outros livros sobre a história do Brasil?

Há elementos importantes. Um deles é a questão de construir essa história como uma narrativa, diferente de outras “históricas.”Cuidamos muito também para que a cultura fosse protagonista de alguns acontecimentos.

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