Livre, leve e solta

Segundo também ganhou uma edição especial, mais cara, acompanhada de um DVD. Trata-se de um making of do disco, no qual uma Maria Rita completamente despojada se revela para o público. Acima do peso, descabelada e vestindo roupas do dia-a-dia, a cantora mostra seu lado "humano" em cenas que ajudam a entender o novo álbum e um pouco de sua personalidade.

Já a participação de Lenine não fica muita clara para quem assiste ao DVD. O pernambucano aparece dando pitacos aqui e ali, e só. Talvez tenha funcionado mais como "guru" de Maria Rita, que comanda o trabalho pesado ao lado do pianista e arranjador Tiago Costa.

Como no CD de estréia, prevalece em Segundo uma instrumentação jazzística, acústica e econômica, composta apenas por piano, baixo e bateria. A idéia é privilegiar a voz, com base em uma sonoridade "honesta". E voz, diga-se de passagem, a moça tem de sobra, ainda que as semelhanças com a mãe continuem gritantes.

De forma geral, há balanço e leveza em todas as faixas, em constraste com uma certa tensão presente no primeiro CD. Entre as letras, destacam-se a manjada – mas ainda contundente – "Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)", de Marcelo Yuka, e "Muito Pouco", de Paulinho Moska. "Gritando pra não ficar louca/ Em guerra lutando por paz/ Muito pra mim é tão pouco/ E pouco eu não quero (mais)", diz o texto. No mínimo, ela sabe o que canta. GGG1/2 (OG)