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No Teatro Positivo, os diretores e produtores têm feito reuniões para acertar o futuro da programação do mês de agosto | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
No Teatro Positivo, os diretores e produtores têm feito reuniões para acertar o futuro da programação do mês de agosto| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

A programação cultural da cidade está sofrendo baixas em virtude das recomendações feitas pelo Ministério da Saúde para que se evite aglomerações públicas, como medida de prevenção à contaminação pela Gripe A. A Fundação Cultural de Curitiba anunciou a suspensão da programação da Cinemateca e do Cine Luz durante o fim de semana, adiando, inclusive, o lançamento do filme Outros Olhos.

"Não é caso para pânico, mas, se podemos, vamos contribuir de alguma maneira para sair dessa situação", declarou a assessoria de imprensa da FCC. A apresentação da peça Compadre Rico, Com­padre Pobre, que ocorreria no Teatro Piá, também foi adiada pela deficiência de ventilação no espaço. As aulas do Conservatório de MPB e das regionais, que começariam nesta segunda-feira, foram remarcadas para o dia 10 de agosto. Quanto aos demais eventos realizados por produtores externos nos espaços mantidos pela FCC, a decisão de manter ou não fica a cargo da produção.

No Teatro Positivo, os diretores e produtores têm feito reuniões para acertar o futuro da programação do mês de agosto. O espetáculo Mary Stuart, de Denise Stoklos, o Domingo no Campus, e o show de Rogéria Holtz já foram postergados, ainda sem datas novas.

No Centro Cultural Teatro Guaíra, a administração optou por manter a agenda. Há possibilidade de cancelamento por decisão dos produtores que alugam os auditórios. Segundo o diretor administrativo e financeiro Wal­ter Gonçalves, os teatros do CCTG aguardam o fornecimento de hi­­gienizadores de mão para serem instalados nos banheiros.

A atriz e diretora Christine de Macedo, em cartaz no Mini-Guaíra com a peça A Beira Do, se preocupa com a queda de público, que chegou a 70 pessoas, manteve uma boa média com 45 espectadores, mas se limitou a 12 cadeiras ocupadas anteontem. O esvaziamento da plateia assusta também o diretor João Luiz Fiani, que viu seu público diminuir em 50%. "Vivo de bilheteria, não sei o que vou fazer", diz.

Neste fim de semana, o empresário, dono do Teatro Lala Schneider, implementa mudanças para tentar barrar o decréscimo de espectadores. Diminuirá a capacidade da arquibancada, vendendo poltronas alternadas, de modo a ampliar o espaço entre cada pessoa para 1,5 metro. Além disso, promete distribuir máscaras para o público e deixar o teatro aberto à ventilação. "Se mesmo assim não adiantar, vou cancelar a partir do próximo fim de semana", avisa.

Fiani lamenta a falta de informação específica para os produtores e donos de teatro sobre como devem proceder em meio à pandemia. "Estou fazendo a minha parte, mas falta a secretaria de saúde se posicionar", diz.

Procurada pela reportagem para saber quais as recomendações da secretaria para os realizadores de eventos, a assessoria de comunicação da prefeitura não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Segundo Alceu Pacheco Júnior, Presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, "na atual situação é recomendável mesmo que se evite qualquer local onde possa haver aglomeração de pessoas".

"A gente não sabe até que ponto cinemas, teatros e barzinhos têm ventilação adequada", diz, esclarecendo que a orientação "independe do tamanho" do lugar.

A pandemia causou ainda o cancelamento do dia de entrada gratuita no Museu Oscar Nie­meyer, que seria amanhã.

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