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A primeira – e, possivelmente, a mais instigante – temporada do seriado A Feiticeira acaba de chegar às lojas e algumas locadoras em edição de quatro DVDs, lançada no Brasil pela Sony. E, apesar de datar de 1964, ainda é capaz de encantar o espectador, mesmo aquele que nem havia nascido quando a série foi ao ar.

Embora pareça ingênua e família demais em tempos de Desperate Housewives, A Feiticeira teve importância crucial na história da televisão norte-americana. De uma certa forma, Samantha e Darren Stephens foram o primeiro casal "inter-racial" a aparecer numa sitcom. A personagem principal, apesar de loira e de olhos azuis, não pertencia ao mundo cristão e anglo-saxão do seu marido – e tinha orgulho dessa diferença, apesar de concordar em controlar seus poderes em nome da paz doméstica.

Era uma outsider e, por conta disso, vigiada por quem nela identificava "o outro", "o intruso". Sua principal algoz era a intrometida vizinha sra. Kravitz (Alice Pearce, ganhadora do Emmy pelo papel).

De acordo com um documentário incluído na caixa, os Stephens foram os primeiros a dormir numa cama de casal – algo impensável em tempos moralistas como a primeira metade da década de 60. Para piorar, os pais de Samantha, Endora (Agnes Morehead, a respeitada atriz de Cidadão Kane e Soberba, clássicos de Orson Welles) e Maurice (Maurice Evans, o dr. Zaius do filme Planeta dos Macacos) também foram pioneiros: eram abertamente divorciados, algo inédito na história dos sitcoms até então.

O aspecto mais interessante da bruxa vivida por Elizabeth Montgomery, contudo, era seu patente descompromisso com os estereótipos de dona de casa, mãe e mulher suburbana da época. Não sabia cozinhar bem, tinha pouca paciência com os afazeres domésticos e procurava estar sempre do lado dos perdedores e descriminados, como o menino sem pai que não sabe jogar baseball no episódio "Little Pitchers Have Big Fears" (Pequenos Arremessadores Tem Grandes Medos, em português).

Com o sucesso em DVD da primeira temporada, o segundo ano da série deve ser lançado até o final do ano. A curiosidade é que, como o lote de episódios de estréia, foi produzido em preto e branco. No Brasil, só estará disponível em versão colorizada.

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