O cantor Belo começa a se despedir do “Gigantes do Samba II”, que reúne as bandas Raça Negra (SP) e Só pra Contrariar (MG), grandes nomes do pagode dos anos 1990. Um dos últimos shows a contar com o vocalista da extinta banda Soweto será em Curitiba, nesta sexta-feira (2).
A agenda com o cantor deve ir até novembro e segue, apenas com as bandas originais, até fevereiro de 2017. “O projeto é meu e do Alexandre [Pires]. O Belo era um convidado e agora ele vai encerrar sua participação”, avisou Luiz Carlos, vocalista do Raça Negra.
A série de shows começou em 2014 e, segundo o cantor paulista, deve ser reprisada a cada dois anos. “Não tem data para acabar e é possível que outro convidado entre com a gente em 2018”, avalia.
Belo foi uma adição tumultuada ao projeto. Após acertar a participação na turnê e na gravação de um DVD em São Paulo, ele começou a faltar aos ensaios, alegando problemas pessoais. Mas os idealizadores ficaram sabendo pelas redes sociais que o cantor estava fazendo shows no Rio de Janeiro e resolveram afastá-lo, no fim de fevereiro. “A falta de verdade culminou com o fim da parceria”, disseram, em comunicado.
Porém, a poucos dias da estreia do projeto, em 5 de março, na Argentina, o retorno de Belo foi anunciado por meio de um vídeo em que os três demonstraram ter voltado às boas. O convidado pediu desculpas e seguiu com os compromissos.
Luiz Carlos não comentou os motivos para a saída antecipada de Belo.
Origens
O Raça Negra foi uma das primeiras bandas a se destacar com o samba romântico. Conheceram o Só Pra Contrariar durante show em Uberlândia, em que os mineiros abriram um show para o grupo de samba liderado por Luiz Carlos. “A amizade foi imediata e nossas famílias são ligadas até hoje. A intenção era reunir essas bandas novamente para cantarmos juntos como nos velhos tempos”, afirma o cantor.
Nesta sexta-feira, 2 de setembro, às 21h
No Teatro Positivo – Grande Auditório (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza 5300 – Campo Comprido)
Preço: de R$120 (meia-entrada) a R$640 (inteira), de acordo com o setor
O calendário de shows do “Gigantes do Samba II” se acumula com o do Raça Negra, ainda na ativa. “Chegamos a fazer mais de 15 shows por mês”, afirma ele, que compara os momentos para o pagode nos anos 1990 e atualmente. “Naquela época se fazia sucesso na rádio e aí ia para a televisão. Hoje, você tem a rede social que interfere muito mais. Os discos também não são consumidos da mesma forma. A pessoa faz uma playlist no celular com músicas e gêneros diferentes e ouve como quiser. Também não se prende a um ritmo”, diz ele, que não acredita mais que ocorram febres como a dos anos 1990. “Hoje sertanejo, samba e pop têm o mesmo peso”.