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Trombone de Frutas se apresenta ao lado de Di Melo no Psicodália 2017 | Divulgação
Trombone de Frutas se apresenta ao lado de Di Melo no Psicodália 2017| Foto: Divulgação

Quando os nativos mexicanos, durante o Império Asteca, iniciaram o cultivo da Dália jamais poderiam imaginar que o colorido da flor seria, séculos depois, relacionado à profusão sonora da psicodelia da geração flower power. Há vinte anos, o festival de arte independente Psicodália vem aprofundando essa sintonia e, durante a edição comemorativa que acontece entre sexta-feira (24) e a quarta-feira de Cinzas (1º), na Fazenda Evaristo em Rio Negrinho (SC), o Dália mostra que a psicodelia pode ser contagiosa.

Serviço

Psicodália 2017

Quando: Entre 24/02/2017 e 01/03/2017

Onde: Fazenda Evaristo (BR-280, 49-223 - Centro, Rio Negrinho - SC)

Ingressos Esgotados

A primeira edição aconteceu em Angra dos Reis (RJ), já dedicada a colocar em evidência o trabalho de bandas autorais, contando com um público de apenas 150 participantes. Migrou posteriormente para Morretes e Lapa até se estabelecer em Rio Negrinho e adquirir a estrutura necessária para receber as cerca de cinco mil pessoas esperadas para a edição comemorativa deste ano.

Com uma proposta voltada à sustentabilidade, o festival reúne mais de 200 atrações entre oficinas, teatro, cinema, recreação infantil e, claro, cerca de 50 shows. Ao lado de grandes nomes como Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Céu e Casa das Máquinas, diversas bandas independentes se dividem entre os quatro palcos - Palco dos Guerreiros, Lunar, de Dentro e do Sol - para escrever seu nome na história do festival. Conheça as bandas curitibanas escaladas para se apresentar no evento

Central Sistema De Som

A mistura é o que dá o tom dessa banda. Já no primeiro disco “Pés do Gigante”, lançado em 2012, já é possível notar a presença de fortes elementos do Funk, AfroBeat, Rock e Reggae. O Psicodália está intimamente ligado à história do Central Sistema de Som: a primeira participação aconteceu em 2014 quando, inicialmente escalada para o “Palco dos Guerreiros”, acabou sendo convidada a ser a atração de encerramento do festival, no palco principal. Voltou em 2015 já com o DVD “7 Bilhões de Vozes” – gravado ao vivo no Teatro do Paiol, com a participação de BNegão – e em 2017 promete ao público aperitivos do terceiro disco em fase de produção, que vai contar com faixas como “Assim Você Quebra a Cara”, com a direção musical de Marcelo Yuka. Para esta apresentação a banda tem como convidado o ícone da black music nacional Gerson King Combo.

Quando: Terça (28), às 22h

Palco: Lunar

Paranambuco

O Paranambuco se orgulha e exalta todas as ramificações que compõem a música brasileira. Formado em 2010, o grupo traz para a sua sonoridade elementos que vão desde o samba, maracatu e baião até o Ijexá e o Jongo, de origem africana. O registro dessa mistura, o álbum “Orun Aye” foi tão bem aceito pelo público que rendeu prêmios no I Festival Online de Composição (FOLC).

Quando: Terça (28), às 14h

Palco: de Dentro

João Triska

Um dos principais nomes da cena autoral curitibana, João Triska exalta as raízes sulinas de sua composição, mas imprime nelas um universalismo capaz de convergir referências plurais de toda a América Latina, como a milonga espanhola e argentina, o baião e até mesmo a lambada. Finalista do prêmio Profissionais da Música 2016 – na categoria Melhor Artista de Raiz Regional – seu mais recente trabalho “Iguassul” traz as participações de Paulinho Moska (na faixa “A Linha Além”) e Thamires Thannous (na faixa “Em Teu Ser”).

Quando: Terça (28), às 16h

Palco: de Dentro

Pompeu e os Magnatas

Com um groove bastante maduro apesar do pouco tempo de estrada, a banda formada em 2015 acaba de lançar o seu primeiro EP “Pompéia”. O Caderno G já tinha cantado a bola apontando a mistura dos meninos – que colocam James Brown e Red Hot Chili Peppers no mesmo acorde – como uma das mais promissoras do cenário curitibano na atualidade. A estreia no Palco dos Guerreiros está prevista já para o primeiro dia de festival.

Quando: Sexta (24), às 4h30

Palco: dos Guerreiros

Fole Baixo

Não há como saber o que esperar da apresentação do duo formado pela acordeonista e tecladista Marina Camargo e pelo guitarrista, baixista e programador Marcelo Pereira. Embora haja extrema consistência nas composições autorais do álbum “Lounge” – lançado em 2015 e apontado pelo site Melhores da Música como um dos “100 Melhores Álbuns da Música Brasileira” – a proposta da banda, com a fusão de gêneros como bossa nova, chamamé, baião e outros da música latina, somada às manipulações sonoras em tempo real feitas eletronicamente por Marcelo Pereira, transformam as apresentações ao vivo em espetáculos únicos.

Quando: Sábado (25), às 15h

Palco: de Dentro

Trombone de Frutas

Um dos principais movimentadores culturais da capital paranaense através do espaço Arnica Cultural e das apresentações em parceria com grandes nomes do cenário nacional, o Trombone de Frutas também é responsável pelo seu próprio festival, o Biro Biro Day Show, que reúne música, circo, teatro e gastronomia. Musicalmente, seu trabalho mais recente “Chanti Alpïsti” (2016) é uma espécie de próximo passo em relação ao antecessor “Chanti, Charango?” (2014). Para esta apresentação, sobem ao palco acompanhados de Di Melo.

Quando: Sábado (25), às 20h

Palco: Lunar

Orquestra Friorenta

Uma ponte sonora entre o Norte e o Sul do Brasil, é isso o que promete a Orquestra Friorenta. Sem medo de expor seu talento (e algumas outras coisas mais) alguns dos músicos mais bem reconhecidos da cena curitibana, Amanda Pacífico (voz), Bernardo Bravo (percussão), Naíra Debertólis (baixo) Janine Mathias (voz), Janaína Fellini (voz), Du Gomide (guitarra), Melina Mulazani (Percussão) e Denis Mariano (bateria) sobem ao palco para mostrar que frio é psicológico e que bastam boas doses de milonga, carimbó e cumbia para esquentar as coisas.

Quando: Sábado (25), à 1h30

Palco: dos Guerreiros

Vulcanióticos

Uma banda que busca explorar as fronteiras (se é que elas existem) entre música e teatro. Com apresentações performáticas que ancoram canções conceituais, os Vulcanióticos são um caso bem peculiar em que o primeiro clipe – da música “Tudo Pode Acontecer” – nasceu antes mesmo da formação oficial da banda. Todos esses elementos combinados vão dar origem ao show/espetáculo “Atemporal”, onde o esquecimento coletivo contemporâneo é colocado em discussão.

Quando: Sábado (25), às 4h30

Palco: dos Guerreiros

Tatára

Quase uma instituição da música curitibana, Tatára coleciona composições reverenciadas por vários interpretes da cena local, além de ser sinônimo de incentivo à produção autoral através das apresentações que ocorrem no espaço que leva seu nome: Bardo Tatára. Curitiba já cantou Tatára em diversos tributos – artistas como Ni Salles, Jordana Soletti e Fábio Lima são alguns dos nomes que participaram de um CD em homenagem ao compositor. Assina a composição de mais de 800 músicas nas quais é possível definir a identidade musical da cidade.

Quando: Domingo (26), às 16h

Palco: do Sol

Illicit Jazz

O jazz em Curitiba tem mostrado força com o surgimento de novos espaços dedicados ao gênero e, consequentemente, a formação de grupos que empunham a bandeira do jazz clássico. Formado por grandes nomes do gênero da capital paranaense, o Illicit Jazz é a junção de referências variadas ligadas ao resgate da vertente Bebop.

Quando: Domingo (26), às 19h

Palco: de Dentro

Bernardo Bravo

Adepto de múltiplos projetos, a “Casinha” de Bravo – espaço cultural celebre na capital paranaense – foi sinônimo de efervescência e pluralidade musical. Esse espirito já se fazia notar nos anos de duo Felixbravo, lá pelos idos de 2007, ao lado de João Felix. Em carreira solo, desenvolveu um primeiro trabalho bastante conceitual recorrendo à comedia dell’arte em “Arlequim”, de 2013, experimentando referências que abarcam a arte erótica japonesa no sucessor “Coyoh” de 2016.

Quando: Segunda (27), às 14h

Palco: do Sol

Confraria da Costa

Em um mar de pouca originalidade da música contemporânea, os confrades assumem personas que pouco têm relação com o que se consideram os tesouros da atualidade. A vida ao navegar oferece a temática das canções e possibilita performance com doses marcantes de teatralidade rufiona, bem ao estilo Barba Negra. O som das tabernas e portos chega ao palco do Psicodália trazido pelas marés favoráveis, sem que seja preciso se render à pilhagem.

Quando: Segunda (27), à 0h

Palco: Lunar

Naftaranja

“Renovação” é um conceito que está no DNA desta banda. A mistura de sintetizadores com viola caipira traz uma harmonização fluida e convidativa à exploração de possibilidades sonoras. “Bangladesh Bike” (2016), primeiro registro da banda curitibana, traz à luz um grupo de influências plurais, capaz de passear pelo rock psicodélico, o progressivo, a world music e outras vertentes libertariamente impossíveis de enquadrar. Os povos Swahili sabiam das coisas ao cunhar o termo “Naftaranja”, que em tradução livre significa: “Hoje eu começo renovado, deixando todos os meus problemas para trás”, e mais ainda sabiam os curitibanos ao perceber que essa ideia podia dar em (boa) música.

Quando: Segunda (27), às 19h

Palco: de Dentro

Relespública

Para encerrar, outro patrimônio sonoro da capital paranaense. A Relespública começou a incomodar os padrões estabelecidos do “Mod” lá pelo ano de 1989. Com letras capazes de transitar entre o questionamento social ou se permitindo à mais fina e debochada ironia de cunho romântico, a banda capitaneada por Fábio Elias passou por diversas formações e foi parar no palco do Rock In Rio. Depois de uma pausa motivada por inspirações sertanejas, a banda retorna em 2012 e presenteia o público com o DVD “Antes do Fim do Mundo”. O ano de 2017, além da apresentação no Psicodália, promete um documentário e um livro focado na história da banda.

Quando: Segunda (27), às 1h30

Palco: dos Guerreiros

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