Rapper subiu ao palco da Boca Maldita na manhã deste domingo (8).| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do Brasil e, não por acaso, o nome citado no texto que apresentou ao público uma das principais atrações da Corrente Cultural 2015. Nem o cinza quase molhado da manhã deste domingo (8) foi capaz de encobrir os ecos que o rapper Emicida encontrou em Curitiba.

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“Aqui todo dia vai ser 20 de novembro”, bradou o paulistano com braço erguido e punho fechado, em provocação à não adesão da capital paranaense ao Feriado do Dia da Consciência Negra.

Mascarado, o rapper subiu ao palco Hard Rock, na Boca Maldita, com dez minutos de atraso e um time formado por cinco músicos. O arsenal de versos de protesto funcionou em plena confluência com o público, que entre faixas e adesivos manifestava o grito “Fora, Cunha”.

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Para abrir o show, a faixa “Boa Esperança” estourou os grave e as rimas saíram ruidosas pelas caixas, mas o público ajudou cantando em uníssono os reclames cirúrgicos da música (“e os camburão o que são?/ negreiros a retraficar”).

A roqueira Pitty embala o público da Boca Maldita, composto principalmente por jovens.
Multidão aguarda Pitty na Boca Maldita.
Na Boca Maldita, Diogo Nogueira se apresenta ao lado da Orquestra À Base de Cordas.
Público lotou a Boca Maldita para assistir a esse encontro.
Emicida abriu o Palco Boca Maldita no fim da manhã de domingo.
Produção do show estima que entre 10 e 15 mil pessoas assistiram Emicida.
Rapper Emicida levantou o público, que cantou em coro as músicas.
Friozinho típico de Curitiba não desanimou o público, estimado entre 10 e 15 mil pessoas.
Show teve protesto contra Eduardo Cunha.
Lemoskine no palco Ruínas.
Curitibanos compareceram em peso no último dia de Corrente Cultural.
Crianças se divertiram, apesar do tempo instável e do frio da manhã.
O vocalista da Big Time Orchestra, Franco anima o público da Boca Maldita.
A animação da Big Time Orchestra contagiou o público na Boca Maldita
Big Time Orchestra fez releituras de sucessos do rock na Boca Maldita
No repertório da Big Time entraram canções de Guns N’Roses, Rolling Stones e White Stripes, entre outros grandes nomes do rock
Big Time Orchestra animou a tarde fria do último dia de Corrente Cultural na Boca Maldita.
Público animado durante o show da Big Time Orchestra na Boca Maldita.
Jenni Mosello cativou o público tocando “Something” dos Beatles no palco Ruínas.
Jenni Mosello foi a terceira atração do dia no Palco Ruínas, no São Francisco
Jenni Mosello foi a terceira atração do dia no Palco Ruínas, no São Francisco
Jenni Mosello foi a terceira atração do dia no Palco Ruínas, no São Francisco
Público foi ao Palco Ruínas para conferir show de Jenni Mosello
TUC ficou lotado para a apresentação da Banda Gentileza, na tarde deste domingo
TUC ficou lotado para a apresentação da Banda Gentileza, na tarde deste domingo
TUC ficou lotado para a apresentação da Banda Gentileza, na tarde deste domingo
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Os veteranos da Relespública lotaram as arquibancadas do Palco Ruínas na tarde deste domingo (8)
Naked Girls & Aeroplanes na Corrente Cultural 2015.
Namorada Belga faz o penúltimo show do TUC.
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Na sequência, o som ganhou nitidez e veio “Bang!”, com arranjo predominantemente percussivo, “Gueto”, que reverencia o funk carioca, e “Hoje Cedo”, que emocionou. Todas do primeiro álbum do artista, “O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui”, lançado em 2013.

O punho se ergueu mais uma vez para lembrar que “a carne negra continua sendo a mais barata do mercado”. Foi uma citação à música “A Carne”, conhecida na voz de Elza Soares, e um prólogo para “Chapa!”, do recém-lançado disco “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”. Nessa, a banda usou instrumentos acústicos e um solo de cavaco desaguou em “Preciso Me Encontrar”, de Cartola.

De volta com os elétricos plugados, veio a sombria “Zica Vai Lá”, única faixa da mixtape “Doozicabraba e a Revolução Silenciosa” (2011) a entrar no repertório, e “Mandume”, a mais festiva do show.

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“No lugar de fingir que vamos embora e voltar, vamos só ficar”. O show terminou com as músicas “Casa”, “Levanta e Anda” e sem bis. No fim, Emicida deu uma palhinha no surdo da percussão e teve tempo de dizer que “as páginas são brancas, mas a história é preta”. Enedina ficaria orgulhosa.