Alavanca da recuperação do mercado fonográfico mundial, o consumo de música digital já alcança 76% dos brasileiros que usam a internet, mostra um levantamento do Conecta, braço de pesquisa online do Ibope.
O estudo coletou hábitos de consumo de mais de 2.000 internautas em março deste ano.
Entre os que ainda não aderiram a plataformas de streaming, como YouTube, Spotify e iTunes, a maioria é homem, com idade acima de 55 anos e pertencente à classe B.
Um relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgado na última terça-feira (12) mostrou que a indústria global de música cresceu pela primeira vez em dez anos em 2015. O resultado já era esperado desde 2014, quando o mercado mostrou estagnação, revertendo uma queda nos lucros que vinha desde 2005.
É ainda a primeira vez que as receitas digitais (US$ 6,7 bilhões) superam as vendas físicas (US$ 5,8 bilhões) mundialmente.
Os resultados positivos, porém, estão longe de pôr fim a uma briga que envolve os players de música online, gravadoras e artistas.
Alguns dos nomes mais poderosos do pop - como Adele e Taylor Swift - reclamam que empresas como Spotify e Deezer rendem pouco em direitos autorais e não divulgam com clareza quais são as regras de remuneração.
No Brasil, a discussão é encampada pela Associação Procure Saber, de Gilberto Gil e Chico Buarque, e o GAP (Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música).
Para as empresas que oferecem bancos de músicas pela internet, a soma da receita de publicidade e assinaturas pagas (as mais populares custam cerca de R$ 15) ainda é insuficiente para bancar o negócio.
Mais ouvidos
Empresas como Google e Apple não divulgam o número de usuários de seus players de música em cada país. Na pesquisa, a Conecta levantou quais são as plataformas mais usadas pelos internautas brasileiros.
Google Play Music lidera: 32% dos entrevistados disseram usar o serviço. Em seguida, aparecem Spotify (19%) e iTunes, da Apple (15%).
De 2014 a 2015, as assinaturas de streaming em serviços como Spotify, Rdio e Deezer aumentaram de 41 milhões para 68 milhões, segundo a IFPI. A instituição estima que as receitas do setor aumentaram em 45% no mundo e em 192% no Brasil.
As vendas de CDs e DVDs no Brasil diminuíram em 19,3% no ano passado, enquanto as vendas digitais, que incluem streaming, downloads e telefonia móvel cresceram 45%.
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