| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) faz neste domingo (13), às 10h30, no Guairão, uma reprise do programa de abertura da temporada 2016, o primeiro sob a batuta de seu novo regente titular, Stefan Geiger (veja informações sobre o concerto no Guia).

CARREGANDO :)

O maestro alemão – que é também trombonista da Orquestra Sinfônica da Rádio do Norte da Alemanha e regente da Orquestra Jovem de Bremen – foi escolhido pelos próprios músicos do grupo para ocupar o posto, que estava vago desde a saída do português Osvaldo Ferreira no final de 2013.

Publicidade

Em entrevista à Gazeta Geiger falou sobre as suas razões para aceitar o convite, que vê como um desafio. Contou o que gostaria de realizar no mínimo de dois anos que tem à frente da OSP. E explicou suas principais ideias sobre seu papel como maestro. Leia um trecho:

O que você espera conseguir fazer?

Primeiro, talvez, fazer com que os músicos possam se orgulhar de sua orquestra. Sei que a orquestra teve momentos difíceis e passou um tempo sem um regente titular. Isso é complicado para eles também. É uma orquestra com músicos muito bons, e é importante que eles se orgulhem disso. Depois, realmente gostaria que a orquestra se tornasse um símbolo cultural de Curitiba. Não sei se chegarei a este ponto – sou novo aqui, e imagino que se trate de uma cena cultural bem diferente. Mas também acredito que, por sermos financiados pelo estado – embora precisemos muito de mais dinheiro para a temporada –, é esperado de nós cumprir este papel.

As apresentações de trilhas sonoras de filmes que a OSP apresentou com você – sobretudo “Metrópolis”, no ano passado –, despertaram a atenção de muita gente que não fazia parte do público dos concertos. A formação de plateia é uma preocupação?

Sim. É uma estratégia, com certeza. E as instituições estão pensando sobre isso na Alemanha hoje. Você deve imaginar que a Alemanha é um lugar de cultura. E é, com certeza. Mas ainda assim precisamos lidar com o fato de que estamos em 2016. As instituições e os maestros estão tendo de pensar sobre este tipo de estratégia porque, na Alemanha, o público dos concertos está ficando cada vez mais velho. Talvez, um dos motivos para eu ter aceitado vir para Curitiba tenha sido a impressão de que aqui há um público bom – e bastante jovem se comparado à Europa. Vocês podem se orgulhar disso.

Publicidade

Que tipo de maestro você é?

As pessoas veem o regente como uma figura de autoridade, fazendo os comandos com a batuta. E muitos são atraídos por este poder. Esta não é a minha visão. Uma orquestra, especialmente nos dias de hoje, deve ser vista como uma instituição, de certa forma, democrática. São cem pessoas tocando juntas. Em uma democracia, você precisa de líderes – não de ditadores. É o líder que conduz todas as boas ideias das pessoas para um determinado fim. E é maravilhoso poder fazer isso pela música.