A música sertaneja foi a grande vencedora da primeira edição do prêmio de música digital DMX (Digital Music Experience), entregue na noite desta quarta (11). O prêmio levou em conta as canções mais tocadas na internet entre 1º de julho de 2014 e 15 de junho de 2015.
A música mais baixada nesse período foi “Domingo de Manhã” de Marcos e Belucci. A mais tocada em streaming foi “Cuida Bem Dela”, de Henrique e Juliano, que também ganhou o prêmio de videoclipe mais assistido na web. Já a mais baixada para ringtones foi “Na Batida”, de Anitta.
A categoria “criatividade em aplicativo musical” premiou a plataforma de streaming Spotify, que tem mais de 30 milhões de músicas. O artista Lobão venceu na categoria “criatividade em crowdfunding” por uma campanha que conseguiu levantar R$ 98 mil. Entre as iniciativas que adotou, permitiu que os fãs tocassem no estúdio com ele.
O vídeo considerado mais criativo foi “Boa Esperança”, de Emicida, que conta uma história de revolta de empregados domésticos contra os patrões. Luan Santana ganhou o prêmio de melhor lançamento digital pelo CD “Acústico Luan Santana”. Santana antecipou o lançamento do disco no Google Play e no YouTube.
A categoria Top Interação, que reconhece o artista que melhor interagiu com os fãs na internet, premiou Aline Barros. A cerimônia de premiação teve apresentações de Pitty, Emicida e Juçara Marçal, Maria Gadu, entre outros.
A cerimônia de premiação foi precedida por dois dias de palestras sobre música digital. É consenso entre os participantes que o streaming veio para ficar. O número de assinantes de plataformas como Spotify e Deezer é de cerca de 60 milhões no mundo, dizem participantes, quantidade ainda baixa mas que cresce rapidamente.
Mais polêmica é a forma de repasse das verbas aos artistas. O Ecad informou que esse tipo de pagamento respondeu por cerca de 6% do seu faturamento em 2014. As gravadoras são apontadas como as grandes vilãs por artistas e gestores de direitos autorais.Segundo eles, elas atuam sem transparência ao negociar diretamente com os serviços.
Isso num momento em que, dizem artistas como Leoni e Frejat, elas são cada vez menos necessárias num contexto de produção musical onde a tecnologia permite que o artista crie sua própria música.
As gravadoras respondem por sua vez que a remuneração é baixa para todos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco, Paulo Rosa, entre janeiro e setembro de 2015, as quatro principais gravadoras do país arrecadaram, juntas, cerca de R$ 100 milhões com as plataformas. Aproximadamente R$ 54 milhões vieram das assinaturas e R$ 46 milhões de publicidade.
“Os 200 artistas mais tocados geram cerca de 160 milhões de reproduções mensais. Aí você divide isso tudo por esses R$ 150 milhões com que devemos fechar o ano... O negócio do streaming é altamente pulverizado. Um artista que vá olhar o mercado individualmente, considerando apenas uma reprodução, vai arrecadar algo na casa dos centavos.” É preciso, diz, que o bolo cresça para que todos ganhem fatias maiores.
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