O espetáculo Sete Por Dois foi encenado na arena do Teatro Paiol, na noite de domingo (10), arrancando muitos aplausos do público. A peça cantante foi apresentada no último dia do Festival de Curitiba. Após a apresentação, a plateia curitibana parecia muito encantada pelo charme das composições interpretadas pela atriz Stella Miranda e pelo pianista Tim Rescala.
Os pilares da montagem são as obras de sete diferentes compositores: Tom Waits, Alberto Nepomuceno, Leo Maslíah, José Maria de Abreu, Erik Satie, Tom Zé e Hanns Eisler. Sem nenhuma ligação dramática entre cada canção, a peça dirigida pela própria Stella se parece muito com um show.
O que aproxima Sete Por Dois do universo cênico, no entanto, é a magnética interpretação dos dois atores. Rescala faz caretas quando canta, quando fala e quando se recusa a dançar com sua companheira de palco. Stella vibra ao som do piano, movimentando o corpo como se estivesse hipnotizando o público e, quando não consegue dançar com seu parceiro, atira-se nos homens da plateia.
A proposta do espetáculo, como os atores já haviam comentado, era ser um musical intimista. Estar frente a frente com a plateia na arena do Teatro Paiol certamente contribui para o objetivo. Quando entra em cena, Stella Miranda consegue cumprimentar quem senta nas primeiras fileiras com um simpático aperto de mão. Quando canta José Maria de Abreu, ela chega a se deitar nas escadas do teatro. Quase não há distância entre a atriz e o público.
Ainda que não tenha um gênero e uma narrativa claramente delineados, a peça musicada agradou quem assistiu. "Linda", comentava alguém depois de uma das canções do francês Erik Satie. "Bravo", gritava outro após um poema de Olavo Bilac ao som de uma composição de Alberto Napomuceno. Os elogios soavam como conversas tímidas geradas pela proximidade da plateia com os atores.
Após a encenação, Rescala e Stella cumprimentavam o público do lado de fora do teatro. Sentindo-se íntimos dos artistas, as pessoas parabenizavam a dupla pelo desempenho e seguiam para casa.
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