Tradutores curitibanos verteram ao português 310 letras do astro
As letras de Lou Reed foram vertidas para o português em 2010 por dois tradutores curitibanos, Christian Schwartz e Caetano W. Galindo, que são professores universitários e moram no mesmo prédio. Quando o músico veio ao Brasil para sessão de autógrafos de "Atravessar o Fogo", editado pela Companhia das Letras, dedicou duas cópias aos tradutores.
A partir da imersão na obra do norte-americano, puderam perceber as características marcantes do compositor.
"Ele tinha um aspecto de cronista. Usava as músicas pra falar de Nova York, da vida e de suas ideias. Ele escrevia pequenos contos com personagens da vida na cidade", analisa Galindo.
"Suas letras tinham uma atitude roqueira de submundo, devendo corresponder ao tipo de vida que ele levava. Ele foi fundamental para a contracultura americana. Teve ligação com outros artistas, de outras setores da arte", ressalta Schwartz.
O tradutor aponta a influência de Lou Reed na formação estética do rock dos anos 70. "Foi uma inspiração para Iggy Pop, David Bowie, os caras do glam rock e os primeiros punks. É uma pena. Acho que ele teria algum tempo pela frente ainda."
Relembre na reportagem sobre o lançamento de "Atravessar o Fogo"
O músico norte-americano Lou Reed morreu hoje, aos 71 anos. A informação, divulgada pela revista Rolling Stone, foi confirmada pelo empresário britânico do músico, Andy Wooliscroft, em entrevista ao jornal The Guardian. A causa da morte não foi divulgada. O músico havia sido internado em julho por conta de ocorrências relacionadas a um transplante de fígado realizado em maio.
Nascido em 1942, em Nova York, Lou Reed foi vocalista do grupo The Velvet Underground, que produziu rock experimental de vanguarda nos anos 60. Frequentador da Factory o coletivo artístico criado pelo pintor Andy Warhol --, foi presença fundamental no movimento que sofisticou o rocknroll, tanto na sonoridade quanto nas letras. Suas composições se destacam pela inventividade formal aliada a temas que eram então tabus, como drogas, violência e homossexualidade.
Seus álbuns considerados mais importantes são Transformer (1972), Berlin (1973) e New York (1989).
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