Satisfação é a palavra escolhida pelo artista para pisar no palco. Íntimo dos curitibanos, MC Guime retornou à cidade para mais uma apresentação que lotou a WS Brazil nesta quinta-feira (10) à noite.
Agraciado pelo público com uma recepção calorosa, o cantor subiu ao palco com um repertório enxuto, mas animado que esbanjou hits e trouxe muitas homenagens.
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Assim como manda o figurino, quando as luzes se apagaram, o público não economizou nos gritos e foi num cenário de celebração que o cantor abriu o show com a música Tá Patrão, que fala justamente sobre o prazer de ter a realidade compartilhada por todos ali.
De boné de aba reta, calça larga, correntes de ouro e óculos escuros, Guime cumprimentou Curitiba com um "salve" e deu sequência ao show com "Isso Que É Vida" e "Cansei de Sofrimento", músicas com um beat forte de funk e pouca melodia. A essa altura, o ambiente já estava dominado e o MC cantou uma das músicas mais esperadas, Plaquê de 100. O hit, dono de milhões de visualizações nas redes sociais, embalou a plateia que cantou a música inteira em coro.
Além da empolgação do público com as letras, as canções ajudavam a explicar a ascensão social do funk ostentação, que não mais se restringe aos bailes das periferias.
Em meio a tantos nomes de marcas e grifes nas músicas, o cantor entoou a poesia mais simbólica do gênero: "Eu só quero é ser feliz", que foi cantada como hino - mesmo sendo o avesso a tudo que compunha o ambiente da noite. A raiz do funk foi lembrada e a mensagem foi transmitida, "o pobre tem seu lugar".
Recado dado, o show continuou em festa com música dedicada às mulheres e homenagens a parceiros de estrada. "Como é bom ser vida loka" entrou no repertório e saudou o rap, gênero que serviu de pilar na formação musical de MC Guime, que surpreendeu a todos com a sua afinidade na arte de improvisar.
"Era só mais um Silva" reafirmou sua preocupação em reconhecer o funk precedente ao ostentação e lembrar suas influências. O paulista seguiu com "Lar Doce Lar", um funk com adereços de samba enredo que homenageia a Império de Casa Verde - a música é uma verdadeira ode à favela e mostra toda a pluralidade e consciência do artista.
Perto do fim, o MC voltou a ostentar seus carros e casas em "Na Pista Eu Arraso", música que fez a balada cantar e dançar. Guime não escondia a alegria de segurar a batuta da regência da festa, ali, ele estava em casa.
O cenário mudou quando as luzes se apagaram, isqueiros e celulares ocuparam as mãos do público e uma implacável batida passou a permear os espaços, era hora da grande homenagem. Com uma melodia sombria, o cantor fez um breve discurso sobre a união necessária entre o funk e o rap e interpretou com gestos fortes a obra prima do rap nacional "Da ponte pra cá", dos Racionais MC's.
A última música, como não poderia deixar de ser, é resultado da sua parceria com o rapper Emicida e teve a ilustre participação de Neymar no clipe. A música é a mais melódica do seu repertório, a letra faz referência ao nosso futebol e manda um bonito recado aos jovens. Guime se mostrou confortável com as linhas vocais mais fluidas e desempenhou tanto a sua quanto a parte do Emicida com extrema competência.
Terminava ali um show impecável. Todos cantaram, dançaram e aplaudiram. Sua maior ostentação é o seu carisma e o poder de fazer festa. Guime é um artista. Satisfação!
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