O capitalismo é mal. Esta é a conclusão do último filme do documentarista norte-americano Michael Moore, "Capitalismo: Uma História de Amor", que estreou no Festival de Veneza neste domingo (6).
Combinando a sua marca humorística com histórias individuais trágicas, cenas de arquivo e montagens publicitárias, o documentarista de 55 anos lança um ataque ao sistema capitalista, argumentando que ele beneficia os ricos e condena milhões à pobreza.
Os vilões na cabeça de Michael Moore são os grandes bancos e os fundos de hedge que apostaram o dinheiro de investidores em derivativos complexos, que na verdade pertencem ao ambiente de um cassino. Enquanto isso, grandes empresas estão se preparando para demitir milhares de funcionários apesar dos lucros recordes.
O cineasta também ataca a inconfortável relação de proximidade entre banqueiros, políticos e oficiais do Tesouro norte-americano, dando a entender que a regulação foi alterada a favor de poucos em Wall Street ao invés de muitos.
Michael Moore entrevista padres que acreditam que o capitalismo é o anti-Cristo, porque ele falhou em proteger os pobres e encoraja a ganância.
"Essencialmente temos uma lei que diz que apostar é ilegal, mas nós permitimos Wall Street fazer isso e eles jogaram com o dinheiro das pessoas, levando-o para as áreas mais loucas de derivativos", disse Michael Moore a uma plateia, em Veneza.
"Eles precisam mais do que só regulação. Nós precisamos nos estruturarmos de uma maneira diferente para criar finanças e dinheiro, sustentar empregos, negócios, etc, para manter uma economia saudável funcionando."
"O capitalismo é mau, e você não pode regular a maldade", conclui o documentário de duas horas. "Você deve eliminá-lo e substituí-lo por algo que é bom para todas as pessoas, e este algo é democracia."
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