Não é de conhecimento geral, mas a biografia de Charles Chaplin reservou uma piada, de mau gosto, diga-se de passagem, até para o momento posterior à sua morte.
Três meses após seu falecimento em Vevey, refúgio dele na Suíça durante seus últimos anos de vida, seu cadáver foi roubado e os bandidos exigiram o pagamento de um resgate para que a família recuperasse o corpo do ícone do cinema.
A partir da ideia funesta de um polonês e um búlgaro, que alegaram dificuldades financeiras para justificar o ato, o cineasta francês Xavier Beauvois cria uma história única.
“O Preço da Fama” (2014) é sua própria fábula social sobre dois desajustados, aqui um imigrante argelino e outro belga, que veem a salvação no Vagabundo, o herói do homem comum que poderá ajudá-los até depois de morto.
Um paralelo entre ladrões e vítima tão claro que sua explicitação em uma fala próxima ao final do filme se torna redundante.
Trata-se da primeira incursão do diretor na comédia. Sempre à frente de projetos dominados pelo drama, como o policial “O Pequeno Tenente” (2005) e o pungente “Homens e Deuses” (2010), ele se arrisca no humor negro e patético, sem deixar de lado a carga dramática de seus personagens.
Contudo, sua tragicomédia, exibida no Festival de Veneza do ano passado, mostra-se um tanto hesitante e não obtém um bom equilíbrio em sua mistura.
O início da trama se detém a apresentar seus dois protagonistas e a amizade entre eles. Osman Bricha (Roschdy Zem) busca Eddy Ricaart (Benoît Poelvoorde) na saída da prisão e, por causa de uma dívida de gratidão para com seu amigo belga, enquanto ainda eram imigrantes na França, o argelino lhe oferece abrigo em um trailer nos fundos de seu casebre.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano