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É injusto avaliar o Cansei de Ser Sexy apenas do ponto de vista musical. O interessante aqui é o conjunto de ações desenvolvidas pela banda desde o início de sua trajetória. Do visual "descolado" (algumas das integrantes trabalham nas áreas de moda e design) à idéia de encartar um CD gravável com o álbum oficial, tudo faz parte de um grande pacote criativo. Sabe aquele velho papo de que "o meio é a mensagem"?

Aliás, a sacada do disco virgem – uma espécie de pirataria consentida – não poderia simbolizar melhor o atual momento de transformações do mercado fonográfico. É a geração MP3 provando que existem outros caminhos para ser percebida. Nesse ponto, o álbum do CSS já figura entre os lançamentos mais importantes da temporada, pelo menos como "acontecimento".

Mas o material, se não revoluciona o pop brasileiro, pelo menos diverte com seu punk-rock eletrônico, escapista e bem-humorado. Ainda mais em se tratando da terra de Pitty e Los Hermanos, artistas que fizeram fama cantando as agruras de ser jovem para adolescentes (e alguns marmanjos) tristonhos.

Soltando a voz em inglês e português (às vezes nos dois idiomas em uma mesma canção), a vocalista Lovefoxxx oferece passagens de puro nonsense. A começar pelos títulos: "Acho um Pouco Bom", "Alala", "Poney Honey Money", "Ódio, Ódio, Ódio, Sorry C.", "Music is My Hot Hot Sex" – a melhor de todas, com versos como "Debaixo do lençol/ Ele gemia em ré-bemol/ Fiquei tensa/ Mas tava tudo bem/ Ele é fodão/ Mas eu sei que sou também". Um oásis de bobagem no deserto dos deprimidos. GGG

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