Esboços do imponente e dramático quadro de Pablo Picasso, feito em oposição à Guerra Civil Espanhola em 1937, ilustram a montagem de dança contemporânea homônima “Guernica”. O espetáculo, que será apresentado até o dia 5 de março no Pátio da Capela Santa Maria, em Curitiba, é baseado nas figuras trágicas feitas pelo pintor e trazem à tona o horror e a intolerância do novo século.
Confira o teaser do espetáculo
Em homenagem a uma das obras mais reproduzidas nos livros de história do ocidente, a diretora Laura Haddad faz uso da técnica de vídeo mapping — projeção de imagens e vídeos sobre uma superfície irregular — para realizar a justaposição dos desenhos de Picasso aos movimentos dos bailarinos em cena.
Admiradora particular da cultura latina, Laura estudou a tela do pintor espanhol e a história de “Guernica” com esmero e teve acesso aos esboços da tela durante o curso de Dramaturgia e Cultura Espanhola, na Universidade de Salamanca. Para ela, a dança foi a linguagem encontrada para expressar a emoção de inconformismo e brutalidade que o quadro designa. “A ideia é provocar sensações diferentes em cada uma das etapas vivenciadas pelos bailarinos”, diz.
Aliada à projeção do desenhos originais, a coreografia leva à tridimensionalidade os traços cubistas de Picasso em uma narrativa que se baseia em “colagens humanas”. Segundo a coreógrafa Carmen Jorge, os bailarinos produzem grandes figuras em conjunto. Todavia, um olhar individual do público pode revelar expressões singulares de cada bailarino.
“Nem tudo depende de um grande desenho. Há muita força nos movimentos pequenos feitos por eles e que são fundamentais na composição geral das histórias que estamos contando”, explica.
Guernica
Até 5 de março, de quinta a domingo
Horários: 20h30 (quinta a sábado), e 17h30 e 20h30 (domingo)
Local: Pátio da Capela Santa Maria (R. Conselheiro Laurindo, 273)
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
Teste
Com apenas seis mil habitantes, o vilarejo basco tentava resistir à ditadura Franquista, que dominava a Espanha entre 1936 e 1939. Em 26 de abril de 1937, sob pretexto de realizar testes de armamentos militares, o ditador Francisco Franco autorizou que tropas nazistas disparassem bombas incendiárias sobre uma ponte localizada em Guernica. O teste deu errado, causando a morte de milhares de civis. A tragédia foi eternizada no quadro de Pablo Picasso.
A tela imponente tem cerca de 3,5 metros de altura por 7,80 metros de largura e está exposto no Museu Nacional Rainha Sofia, em Madri (Espanha), desde 1992.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”