Ozzy Osbourne é o maior sobrevivente do “rock pesado”. O cantor prefere esta expressão à “heavy metal” como fez questão de mencionar na entrevista dada à Gazeta do Povo, por telefone, na última sexta-feira santa (3 de abril).
O astro, conhecido como o “príncipe das trevas”, parece indestrutível. Overdoses, ingestão de animais vivos, acidentes, anos de abusos de drogas e bebida, parceria com Madonna ... Nada o derrubou.
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Ao 66 anos, Ozzy exalta a própria forma física e mental e vem pela primeira vez a Curitiba para fechar uma semana histórica para os fãs deste estilo de música, exatamente uma semana depois do memorável show do Kiss.
Judas Priest
Um dos grupos mais influentes do metal, formado em Birmingham, na Inglaterra, o Judas Priest foi o primeiro a unir o peso e a temática violenta à velocidade e uma das primeiras a usar duas guitarras. O Judas Priest faz o segundo show desta noite.
A exemplo dos mascarados, toda a mitologia em torno do nome de Ozzy não se sustentaria se não fosse a música poderosa que produz há 45 anos.
É ela que faz o cantor britânico ser a atração principal do festival Monsters Tour, que traz para a cidade outros dois ícones do heavy metal mundial: Judas Priest e Motörhead.
No Black Sabbath, no final dos anos 1960, Ozzy foi um dos fundadores desse gênero musical diabólico que mudou a cara do rock e deu sentido à vida de uma multidão de garotos problemáticos no mundo inteiro.
Midas
Ozzy não perde a chance de dizer que sua maior influência musical são os Beatles. “Se você souber procurar vai ver a marca forte deles na maior parte das minhas músicas”, diz. A sua marca, no entanto, tem a ver com um toque de Midas para arregimentar os melhores guitarristas da cena. Já trabalharam com Ozzy, nomes como Tony Iommi, Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zack Wylde. Ozzy não sabe explicar esse talento. “Acho que é uma grande sorte, não sei”, diz.
Ao lado deles, Ozzy construiu sua carreira e reputação de compositor e cantor, que já vendeu mais 90 milhões de álbuns para fãs que adoram sua persona confusa e enlouquecida. Ídolo no Brasil, principalmente após uma memorável apresentação no primeiro Rock in Rio em 1985, Ozzy, como muitos de seus colegas da música pesada, reconhece que os fãs brasileiros e sul-americanos são os mais “quentes” do planeta metal.
“As pessoas na América do Sul não têm vergonha de mostrar as suas emoções. Para o tipo de música que eu faço, isso é fundamental”, afirma.
O cantor diz também que está muito feliz por dividir mais uma vez o palco com o Motörhead. “Lemmy [Kilmister, vocalista da banda] é um velho amigo. Nós já escrevemos canções juntos. É um cara que eu respeito muito. Sempre é muito bom encontrá-lo”, diz Ozzy.