RIO -Os humoristas do "Pânico na TV", proibidos pela Justiça de mencionar o nome da atriz Carolina Dieckmann durante o programa "Pânico na TV", exibido neste domingo na RedeTV, entraram no ar vestidos como presidiários e deram sua versão para o que chamaram de "confusão com a atriz". Liminar concedida pela juíza Maria Angélica Guimarães Guerra Guedes, atendendo a pedido dos advogados Ricardo Brajterman e Luiz Fernando Carvalho determinou que, além de proibidos de exibir imagens do filho de Carolina e do prédio em que ela mora, os humoristas não poderiam falar o nome dela nem persegui-la, segundo informou um dos advogados ao jornal Extra.
A emissora deveria pagar uma multa de R$ 500 mil se houvesse o descumprimento da ordem.
- A liminar pede para que a Rede TV se abstenha de exibir imagens da Carolina Dieckmann, bem como fazer referência ao nome dela em toda a sua programação, em especial no programa "Pânico na TV". E ainda proíbe os humoristas de perseguirem a atriz, que já chegou a entrar em eventos pela porta da cozinha. Agora, eles vão ter a humildade de respeitar a privacidade dela - disse o advogado Ricardo Brajterman, antes da exibição do programa.
A determinação da Justiça foi respeitada, embora houvesse clara referência ao episódio, amplamente divulgado pela imprensa, entre a atriz global e os humoristas. Foi exibida, apenas, uma imagem "antiga", segundo informou o próprio programa, de uma tentativa de agressão do ator Victor Fasano a um dos repórteres do programa.
Há algum tempo tentando fazer com que Carolina Dieckmann calce as "sandálias da humildade", os humoristas do "Pânico na TV" vieram de São Paulo (onde fica a produção do programa) para o Rio, na semana passada. Rodrigo Scarpa e Wellington Muniz, que formam a dupla Repórter Vesgo e Silvio Santos, foram detidos no prédio de Carolina, em São Conrado, após tentarem fazer imagens do apartamento dela usando um guindaste.
De acordo com Emilio Surita, apresentador do "Pânico", os humoristas foram detidos para "prestar esclarecimentos". Surita admitiu que a proposta do programa é "invasiva", e a comparou à dos fotógrafos que perseguem celebridades.
- O combustível da polêmica é a audiência - disse Surita, que trajava camisa de presidiário com o número 171, antes de chamar os repórtres-humoristas Rodrigo Scarpa e Wellington Muniz, que entraram em cena com roupas semelhantes, algemas e mordaças.
Na última quinta-feira, foi diferente. Ao deixarem a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, na Cidade Nova, no Rio, de onde foram liberados no mesmo dia, eles se divertiam com o episódio.
- Carolina procurou a Justiça para impedir que veiculassem as imagens feitas de Davi, seu filho de seis anos, e de seu prédio, para tentar preservar a sua privacidade e a dele. Ficamos indignados porque eles ainda debocharam do poder público, rindo dentro da delegacia - disse o promotor Márcio Monthé.
Neste domingo, a produção convocou uma reunião de caráter emergencial para mudar todo o roteiro do programa, que iria ao ar às 18h. De tarde, Frederico Martinez, da produção, fazia suspense quanto ao que iria acontecer no programa, pedindo para que os curiosos aguardassem surpresas. Já Sabrina Satto, criticava a atitude de Carolina.
- Ela não precisava fazer isso. É só uma brincadeira e, agora, tomou uma proporção grande. O mundo inteiro vai querer que ela calce as sandálias da humildade e isso só comprova que ela não tem humildade - declarou Sabrina.
No ar, o apresentador Emílio Surita, por sua vez, mostrou no ar uma decisão judicial que atestava que o filho da atriz não havia sido filmado. No lugar do quadro "Sandálias da Humildade", o Pânico exibiu imagens de nado sincronizado, enquanto a legenda apresentava uma receita de bolo, menção à forma como a imprensa substituía textos censurados pela ditadura militar.
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