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O gerente de recursos genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Rubens Nodari, diz que a posição sobre a identificação e segregação de cargas transgênicas adotada pelo governo federal é coerente com a própria legislação brasileira. Segundo ele, a lei de rotulagem dos transgênicos já prevê que as cargas transportadas dentro do país sejam segregadas – embora isso ainda não venha sendo cumprido integralmente. A postura brasileira na MOP3, assim, apenas ampliaria esse tipo de exigência para a exportação.

Para Nodari, a separação das cargas e a identificação dos transgênicos vai garantir mais qualidade e mais controle aos produtos agrícolas. Também vai garantir o direito de que o agricultor que planta produtos convencionais não tenha sua atividade prejudicada por uma possível contaminação com organismos geneticamente modificados.

Nodari ainda refuta argumentos de que a segregação e a identificação elevariam os custos exageradamente. O Ministério do Meio Ambiente, afirma ele, fez uma estimativa de que o custo seria de 26 centavos de dólar para cada tonelada de grãos. Além disso, segundo ele, há empresas brasileiras que já fazem a segregação e cujo custo seria de apenas 50 centavos de dólar por tonelada.

O gerente do ministério ainda diz que os produtores de transgênicos podem arcar com esses custos, pois, em tese, eles estariam tendo ganhos maiores com os produtos modificados em relação aos convencionais. "A melhor rentabilidade (em relação aos produtos convencionais) não era uma das razões alegadas para se plantar os transgênicos?", questiona Nodari.

Outro argumento em defesa da postura brasileira na MOP3, segundo Nodari, é de que cerca de 70% a 80% da exportação de grãos do planeta se destina a países signatários do Protocolo de Cartagena de Biossegurança.

Nodari reconhece, porém, que os investimentos na logística de exportação (silos, armazéns, estrutura portuária, etc.), inicialmente, devem ser altos. Ele ainda considera que, diante dessa postura, o governo brasileiro deveria adotar uma posição de apoio à iniciativa privada na implantação da logística. Mas, de acordo com Nodari, essa é apenas uma opinião pessoal. Ao conceder a entrevista, ele ainda não sabia qual seria a posição oficial do governo brasileiro quanto ao apoio para que a iniciativa privada faça a adaptação logística.

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