Um dos principais patrocinadores da Semana de Moda de Londres rejeitou neste domingo as tentativas do governo britânico de banir modelos magérrimas, em mais um capítulo da polêmica que chegou à indústria da moda.
- Proibições totais e legislação não são um caminho que queremos percorrer - disse o presidente-executivo da Marks and Spencer, Stuart Rose, presidente do Conselho Britânico de Moda, organizador do evento marcado para começar esta segunda-feira.
Ele estava respondendo a um argumento da secretária de Cultura, Tessa Jowell , para que Londres seguisse o exemplo de Madri e banisse modelos muito magras. Os organizadores de moda de Madri tomaram a medida inédita de rejeitar mulheres abaixo do peso, dizendo que querem projetar a imagem de beleza e saúde - não um visual de desamparo. As novas regras espanholas dizem que as modelos com um índice de massa corpórea (IMC) - uma relação entre peso e altura - abaixo de 18 não podem participar dos desfiles.
Pedindo que Londres seguisse o exemplo de Madri, Jowell disse que "a promoção de beleza feita pela indústria da moda como algo magérrimo prejudica a auto-imagem das meninas novas e sua saúde''. Disse ela também em comunicado que " a indústria da moda é muito poderosa em moldar a atitude das adolescentes e de seus sentimentos sobre elas próprias'', disse ela em um comunicado."
- Nós vamos pedir para as pessoas passarem por um detector de IMC e dizer 'desculpa você foi rejeitada?' Isso seria bem difícil - disse Rose, ao rejeitar o pedido.
- A massa corpórea é apenas uma indicação - disse ele à "Sky News". - É apenas um guia. Você não pode usar como algo absoluto. Nós precisamos ser razoáveis, educar as pessoas, dar a elas os fatos e deixar que decidam por si.
Mas a medida de proibir modelos magrinhas pode muito bem ganhar força no mundo da moda.
A prefeita de Milão, Letizia Moratti, disse que irá procurar uma proibição semelhante para a Semana de Moda de Milão - que começa em uma semana - a não ser que consiga encontrar uma solução para as modelos de aparência "doente''.
Com medo de ser o próximo alvo, o dono da agência de modelos de Milão, Riccardo Gay, disse "com esse tipo de regras, teremos de rejeitar 80 % das modelos. Naomi Campbell não poderia desfilar''.
Após a proibição de Madri, Cathy Gould da agência nova-iorquina de modelos Elite disse que a indústria da moda estava sendo utilizada como bode expiatório para doenças como anorexia e bulimia.
Mas pessoas que defendem a medida receberam apoio da autora de "Harry Potter", JK Rowling, que disse ao "Evening Standard", de Londres, que ela não queria que suas crianças crescessem para ser "clones cabeças-ocas, narcisistas''.
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