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O Guia Gazeta do Povo selecionou programas imperdíveis para você fazer na cidade logo após ver uma peça durante o Festival de Curitiba. Que tal esticar a noite com um jantar romântico, uma balada ou um barzinho para tomar aquela cerveja gelada com os amigos?! Assista ao vídeo e veja as dicas
"Só vou interferir se eles estiverem um desastre." Assim o diretor e ator Paulo José definiu a proposta do ensaio aberto de Murro em Ponta de Faca (confira o serviço completo), apresentado a partir de quinta-feira no Fringe. Pelo contrário, os atores, todos paranaenses, estavam muito bem em cena, e nenhuma interrupção ocorreu com exceção de uma entrada, aparentemente combinada, de alguém para fazer uma ponta. A participação do novo ator foi estimulada pelo elenco com a típica saudação teatral: "Merda, merda!".
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A remontagem da obra, dirigida pelo próprio Paulo José em 1978, foi uma homenagem ao dramaturgo Augusto Boal, morto em 2009. O tema do exílio político foi o que mais suscitou perguntas no bate-papo final, para o qual a maior parte do público permaneceu no Espaço Cênico local definido por Paulo José como tão saboroso quanto o Teatro de Arena, dirigido por ele em São Paulo durante a ditadura. "Era assim, meio esculhambado."
A irreverência deste que é considerado um dos maiores atores brasileiros em atuação foi aplaudida diversas vezes antes e depois da peça.
"Ele é maravilhoso. A gente acha que já se acostumou com ele, e então ele é melhor ainda", se entusiasma a atriz Erica Migon, destaque na atuação. Ela vive uma dondoca que acompanha o marido no exílio, vivendo junto com outros dois casais.
O público e os atores ficaram encantados com a paixão de Paulo pelo teclado no qual dedilhou as músicas do espetáculo, previamente gravadas.
A peça é embalada por sucessos musicais da época, e Paulo chegou a tirar uma espectadora para dançar no fim.
Na conversa com o público, Paulo José fez a ressalva de que o espetáculo ainda está um pouco lento, porque os atores estão adquirindo ritmo para a estreia, no Rio de Janeiro, dia 15 de abril. Erica acrescentou que é preciso sublinhar melhor a sensação de exílio dos personagens.
Questionado por uma espectadora sobre como é montar uma peça que se passa na ditadura, mais de 30 anos depois e com o Brasil passando por um período de aparente tranquilidade, Paulo respondeu: "É uma armadilha achar que o país é só paz e amor. A peça é um sinal de alerta".
Serviço:
O ensaio aberto de Murro em Ponta de Faca (confira o serviço completo) continua durante o festival, de quinta a domingo, às 18h, no Espaço Cênico (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305), (41) 3338-0450. A entrada custa R$ 20 e R$ 10 (meia).Confira a programação da Mostra Principal 2011 do Festival de Curitiba também pelo seu iPhone e iPad, baixe o app da Gazeta do Povo gratuitamente na Apple Store. Se você já possui nosso app, basta fazer o download da edição do dia e ir à editoria do Caderno G.
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