Grafiteiros interpretam poema de Leminski no muro. Autor era grande defensor do grafite.| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Gonçalo M. Tavares defende a busca do "tempo" na literatura

O escritor português Gonçalo M. Tavares, uma das principais atrações do Festival Litercultura, encantou o público presente no Palácio Garibaldi, centro histórico de Curitiba, no início da tarde deste sábado (17). Em uma fala de aproximadamente uma hora, Tavares discorreu sobre seu método de trabalho e sobre a importância da noção de tempo para a literatura.

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O poeta Paulo Leminski (1944-1989) agora exibe seu bigode circunflexo na Galeria Julio Moreira, o portal para o underground curitibano do Largo da Ordem. A iniciativa do Festival Litercultura foi executada na tarde deste sábado (17) pelos grafiteiros curitibanos Michael Devis e João Marcos.

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Eles escolheram um poema do autor curitibano e o interpretaram com grafite. O trabalho, entretanto, teve de ser interrompido devido à chuva fina que caiu no meio da tarde. Os artistas devem concluir o trabalho ao longo da semana.

Devis explica que escolheu um poema em que se sobressai a fantasia e o amor, dois temas próximos à sua obra. "Conhecia algumas coisas do Leminski, mas não esse poema específico. Acho que os nossos trabalhos se encontram de alguma forma. A literatura também depende da arte visual para se expressar. Um complementa o outro", analisa.

Os artistas ainda destacaram a importância de Leminski para o grafite. O poeta era forte defensor dessa forma de arte, e também da pichação, por criar um impacto inesperado em quem passa pela rua. "O frequentador da exposição se prepara para o encontro com a obra. Aqui, é pego de surpresa", destaca João Marcos.

Leia um fragmento do poema escolhido:

quando eu vi vocêtive uma idéia brilhantefoi como se eu olhassede dentro de um diamantee meu olho ganhassemil faces num só instante

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