Museu de Arte Contemporânea está situado no coração de Curitiba, na Rua Desembargador Westphalen| Foto: Marco Andre Lima/Gazeta do Povo

Ele está encravado ali, ao lado da Praça Zacarias, perto do Instituto de Educação do Paraná e a algumas dezenas de passos da Rua XV, local propício para que brotem debates e discussões, inclusive artísticas, por parte da sociedade curitibana. Menina dos olhos da cultura local, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) vive um momento de indefinições e de mudanças.

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Nova diretora do espaço, Lenora Gomes de Mattos Pedroso substituiu Alfi Vivern e assumiu o espaço no começo de fevereiro. Ela trabalha no MAC desde 1995, com a montagem e a organização de exposições, pesquisa e preparação de material gráfico. A artista também esteve à frente da Casa Andrade Muricy desde 2005 e irá se valer dessa experiência para enfrentar os problemas apontados por profissionais ligados à área, entrevistadas pela reportagem.

"O principal problema é a pouca verba destinada. Também faltam projetos de lei de incentivo, é preciso fazer uma nova reserva técnica e dedicar atenção para o acondicionamento do acervo", diz a artista plástica Eliane Prolik.

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Diretora do Museu Alfredo Andersen entre os anos de 1986 e 1987, Eliane também relembra um ponto crucial no MAC: o conteúdo das exposições. "A programação está fora de contexto nacional. Ela precisa entrar em sintonia com a arte contemporânea e com a produção paranaense. Isso pode ser feito por meio de contratação de curadores e de políticas mais definidas em relação a exposições", diz a artista. Mas ela vê de forma otimista a indicação de Lenora. "Ela tem um bom currículo e totais condições de fazer um bom trabalho".

Valorizar o acervo

A nova diretora do MAC irá direcionar as atenções, ao menos em um primeiro momento, para o acervo de cerca de 1.500 obras do museu. "Nossa missão é trabalhar com curadorias compartilhadas e promover novas exposições de artistas que tenham passado pelo conselho consultivo do espaço", diz. O conselho do MAC, hoje, é formado por cinco pessoas ligadas às artes.

A ideia-força do "museu vivo", aquele que se insere na sociedade e convive com grande número e variedade de visitantes – não somente de escolas, por exemplo –, também está nos planos. "Hoje a dinâmica é mais ampla. Museu não é um templo de admiração do que já está estabelecido. Tem que estar vivo e também demonstrar novos talentos", diz ela, referindo-se às possíveis críticas em relação à exposição Possíveis Conexões, em cartaz no espaço, que traz trabalhos de professores e universitários.

O Museu de Arte Contemporânea do Paraná foi criado por decreto oficial em 11 de março de 1970, e desde então busca estabelecer o diálogo entre a sociedade e seu patrimônio artístico.

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O principal evento promovido pelo espaço é o Salão Paranaense. Criado em 1944, acontece no MAC desde que o espaço foi inaugurado.

O prédio, na região central de Curitiba, foi construído em 1928 para abrigar o Departamento de Saúde Pública e for reformado para receber o museu. Em 1978, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná. Em sua direção já estiveram importantes nomes da cultura local e nacional, como Nadyegge Boldrin de Almeida (1991-1992), Maria Amélia Junginger (1992-1994), João Henrique do Amaral (1998-2002), Vicente Jair Mendes (2003-2005), Eleonora Gutierrez (2005-2007).

Serviço: Museu de Arte Contemporânea (R. Des. Westphalen, 16), (41) 3323-5148. Terça à sexta, das 10 às 19 horas. Domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Entrada franca.

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