O bispo auxiliar de São Paulo, dom Odilo Scherer, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recomendou nesta segunda-feira muita atenção "para fazer o discernimento adequado" sobre os fatos reais e a ficção quando se lê ou se assiste ao "Código da Vinci", obra de Dan Brown que vendeu milhões de exemplares e cuja versão cinematográfica está para estrear nos cinemas de todo o mundo. Para dom Odilo há "questões que devem se tratadas com respeito", como a própria mãe.
- Quando se fala mal da própria mãe é preciso ver, não que a mãe está fazendo de errado, mas o que está acontecendo com quem está falando mal da própria mãe - comparou dom Odilo, afirmando ainda que tratar esse assunto "de maneira baixa revela decadência cultural".
Para o secretário geral da CNBB, o "Código da Vinci" é ofensivo à fé católica e "desrespeitoso" a quem tem fé.
- Quanto a ser um livro ou um filme ofensivo à fé católica, acho que é desrespeitoso em relação à consciência, em relação à fé de muitas pessoas. Acho que existem questões que devem ser tratadas com mais respeito, quando se trata da fé de milhões de pessoas, de um patrimônio religioso da humanidade que mais 2 mil anos de história - disse.
Dom Odilo Scherer lamentou que personagens fictícios sejam misturados aos reais.
- Lamentável que em uma obra de ficção se misturem personagens reais, situações históricas reais, que confundem as pessoas. Por isso é preciso ter muita atenção ao ler e ao ver para fazer o discernimento adequado entre o que são fatos e personagens verdadeiros.
De acordo com o bispo, tudo o que se falar a partir de agora sobre a polêmica obra "vai ser propaganda", mas ele não se recusou nesta segunda-feira a comentar e a criticar o livro e o filme, em entrevista coletiva sobre a 44ª Assembléia Geral da CNBB, que começa nesta terça-feira em Itaici, localidade do município de Indaiatuba, na região de Campinas (SP).
- O povo saberá ler e ver o filme como ele é. O filme é baseado em um livro que é ficção e sobre argumentos de ficção. E sobre argumentos de ficção não se discute. Os argumentos ali apresentados não são verdadeiros. Acabou! Uma ficção é uma ficção e assim deve ser encarada - concluiu.
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