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Deborah Colker trabalha pela primeira vez com literatura e a música erudita | Divulgação
Deborah Colker trabalha pela primeira vez com literatura e a música erudita| Foto: Divulgação

Publicada em 1831, Eugênio Oneguin, obra-prima do escritor russo Alexandr Pushkin (1799–1835), já inspirou de Tchaikovsky a Dostoievski. Inspirado nela, o primeiro compôs uma ópera homônima, em 1879. Após lê-la, o segundo declarou que a história é uma obra de arte consumada, de intensa força criadora.

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Agora, o romance em versos tido por críticos e especialistas em literatura como o início da grandeza da língua russa, chega aos palcos do Festival de Curitiba traduzido em movimentos por uma das mais aclamadas coreógrafas brasileiras: Deborah Colker."Estava procurando por uma história. Li vários libretos em um livro do [coreógrafo George] Balanchine, resolvi ler o romance e me apaixonei", conta Deborah, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo.

Dividido em 400 sonetos, Eugênio Oneguin se passa na São Petersburgo do século 19. O enredo narra a história de um jovem aristocrata, que despreza o amor de uma moça simples, Tathyana, por quem na vida adulta se apaixona perdidamente, sendo, desta vez, desprezado. Segundo a coreógrafa, traduzir as tensões e decepções da história em movimentos foi um grande desafio, que ela superou optando por levar ao palco sua própria reação aos poemas. "Minha intenção nunca foi narrar a história, mas sim trazer os sentimentos e o que ela perturba na gente. No primeiro ato, eu apresento os personagens e as tramas e, no segundo, eu me coloco e trago meu olhar, meu sentido e meu arrepio com tudo isso", explica.

Trabalhando inspirada por um livro pela primeira vez em sua carreira, Deborah revela que Eugênio Oneguin também acarretou outra estreia: a dança ao som de música erudita. Diferentemente das composições modernas que costumam sonorizar suas coreografias, desta vez, os bailarinos da Cia. de Dança Deborah Colker se movimentam ao som de obras de compositores russos de diferentes períodos, como Rachmaninov, Prokofiev, Stravinsky e Tchaikovsky. "Tive medo, sofri, mas agora entendo porque tive que fazer esse espetáculo assim. E, quando entendi e percebi minha sinceridade com minha experiência de vida, pude ter certeza de estar traduzindo hoje, com meu olhar, um romance que teve a força de ser escrito no século 19 e continuar vivo e necessário ate hoje".

Serviço:

Tathyana. Com a Cia. de Dança Deborah Colker. Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3304-7900. Dias 9 e 10, às 21 horas. Ingressos a R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada). Classificação indicativa: livre.

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