![Sharon Jones, a verdadeira alma do soul Sharon Jones se apresenta em Curitiba no sábado | Paul McGeiver/](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/05/15c9c19b4be49b5e71e45d0ad6b7af3b-gpLarge.jpg)
Poucos artistas são capazes de recriar o ritmo, o som e a energia do soul e do funk dos anos 1960 como Sharon Jones & The Dap-Kings, que se apresentam no Guairão neste sábado (23).
Não é à toa que a banda que acompanha a cantora norte-americana, considerada uma intérprete à altura dos maiores do gênero, emprestou sua mágica aos mais bem-sucedidos revivals do soul nos últimos anos – incluindo o famoso Back to Black, último e definitivo álbum de Amy Winehouse (1983-2011).
Cantora demorou a ser descoberta
Sharon Jones nasceu em Augusta, na Geórgia, mas cresceu em Nova York. Ela conta que aprendeu a cantar sozinha
Leia a matéria completaCria de uma gravadora independente dedicada a reproduzir fielmente a sonoridade do gênero dos anos 1960, o grupo lançou seu primeiro álbum em 2002 e logo passou a ser considerado o mais autêntico neste estilo.
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Eles vêm ao Brasil com um repertório baseado em seu disco mais recente, Give The People What They Want, lançado de forma independente em 2014. Assim como os anteriores – 100 Days, 100 Nights (2007) e I Learned The Hard Way (2010), também presentes no show –, o sexto álbum do grupo é marcado por grooves poderosos, arranjos de sopro, timbres e sonoridade “vintage” (o estúdio da gravadora não usa nada que soe mais novo que 79).
O que chamam de soul music e R&B, hoje, na verdade é pop. Acho que o soul é o que nós fazemos. E nos mantemos fiéis a isso.
O trabalho foi indicado a “Melhor Álbum de R&B” no Grammy 2015, em fevereiro. O troféu, no entanto, acabou ficando com Babyface e Toni Braxton. “O que eles chamam de soul music e R&B, hoje, na verdade é pop”, diz a cantora, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Acho que o soul é o que nós fazemos. E nos mantemos fiéis a isso.”
Programe-se
Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro), (41) 3304-7982. Dia 23, às 22 horas (abertura com a Big Time Orchestra, às 21 horas. Assinantes da Gazeta do Povo têm desconto de 30% na compra de até dois ingressos (titular e um acompanhante). Os ingressos custam a partir de R$ 246 e R$ 126 ( meia-entrada) e estão à venda pelo serviço Disk Ingressos. Mais informações no Guia.
O papel de trincheira do soul e funk verdadeiros continua sendo uma das marcas da carreira da banda, apesar da presença frequente de seus membros em trabalhos de grande porte e do status de “rainha do soul” de Sharon.
Para a cantora, não há muito espaço nos Estados Unidos para um trabalho sem o suporte de grandes gravadoras, como é o caso de seu grupo – às vezes, ela conta, eles são mais reconhecidos na Europa que em seu próprio país.
O Grammy, que costuma dar vários prêmios a um pequeno número de artistas todos os anos – alguns cujas carreiras mal começaram –, seria um exemplo disso.
“Só quando ouvirem nossas músicas dez, vinte vezes por dia, é que vão nos reconhecer”, diz a cantora. “É assim que eles fazem as coisas por aqui.”
Sharon reconhece, no entanto, que embora o grupo não tenha vivido nenhum grande salto de popularidade, o trabalho tem uma base sólida no país. Sharon e os Dap-Kings têm fãs fieis, mantêm um desempenho geralmente bom nas vendas de álbuns e dos compactos que lança aos montes, contam com recepção sempre muito elogiosa da crítica, fazem participações eventuais em talk shows famosos e dividem palcos e projetos com artistas importantes como Prince, Beck e David Byrne & St. Vincent.
Em uma posição de referência, o que Sharon acredita que é preciso para fazer soul e funk de verdade? “É preciso cantar com o coração. Cantar com a alma”, explica Sharon, que há menos de dois anos usou a música como motivação para derrotar um câncer no pâncreas (os videoclipes de “Retreat” e “Stranger To My Happiness” fazem referência a isso).
“Para mim, canções são histórias”, explica. “Quando eu subo no palco, quero contar uma história, quero me conectar com o público. Quero que ele se sinta parte da banda no palco, que sinta o que eu estou sentido.”
O show tem abertura da banda curitibana Big Time Orchestra.
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