![Sinfônica do Paraná executa trilha para “Metrópolis” Cena de “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang | Divulgação](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/06/9c5d756076301ddfaa2bd09e18d09907-gpLarge.jpg)
O programa da Orquestra Sinfônica deste domingo, às 10 horas, está sendo considerado o maior acontecimento dos últimos tempos – para cinéfilos.
Trata-se do acompanhamento musical simultâneo à exibição do filme “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang, na versão sem cortes, disponível há cerca de cinco anos após o restauro de uma cópia descoberta em Buenos Aires.
Serão duas horas e meia de programação, com cerca de cem músicos tocando sob a condução do maestro Stefan Geiger.
Versão do clássico tem 2h33 de duração
“Metrópolis”, como Fritz Lang o fez, estreou na Alemanha em janeiro de 1927, mas saiu de cartaz quatro meses depois
Leia a matéria completaO regente alemão, que faz sua quarta apresentação em Curitiba, é um especialista e apaixonado pela arte de musicar filmes mudos. E esse é considerado um dos principais clássicos do cinema expressionista, lançado em 1927, apenas dois anos antes de surgir o cinema falado – o que dá uma ideia da empolgação com que ele traz essa exibição à cidade.
A música, de Gottfried Huppertz, além de ser inovadora, também foi fundamental para o processo de restauro, na remontagem das cenas cortadas.
Devido ao fraco desempenho que “Metrópolis” teve em seu lançamento na década de 1920, o filme acabou sofrendo vários cortes. Isso o tornou uma espécie de colcha de retalhos em que as cenas faltantes eram substituídas por quadros de texto.
A “gambiarra” foi aposentada pela cópia restaurada, que estreou em 2010 durante o 60.° Festival de Berlim, numa tela gigante diante do Portão de Brandemburgo.
![](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/06/3eee6bba014a0f747c30fc3b0003e7a0-gpMedium.jpg)
No Teatro Guaíra, no domingo (5), Geiger promete que haverá uma tela tão grande quanto possível, do palco ao teto, com legendas em português (a produção é muda, mas existem quadros que pontuam a história).
Conduzir durante exibição de filme é um “desafio”
Entrevista com o maestro Stefan Geiger
Leia a matéria completa“O filme é uma história à parte”, contou o maestro à Gazeta do Povo. “A primeira exibição do filme não teve sucesso, então o diretor Fritz Lang cortou algumas partes, e depois a censura cortou ainda mais. A cada vez que o filme era cortado, perdiam-se cenas na remontagem dos rolos. E ainda algumas partes apodreceram...”
Para o maestro, “a grande sensação foi quando os arquivos [do Museo del Cine] de Buenos Aires encontraram meia hora a mais do filme e ele pôde ser reconstruído, faltando apenas alguns minutos. Hoje temos praticamente a versão original, cuja música conduzi pela primeira vez logo que ela saiu, em 2010.”
Em 2012, Geiger regeu a Sinfônica do Paraná simultaneamente à exibição de “As Aventuras do Príncipe Achmed”, animação muda infantil de 1918.
“Metrópolis” é importante não apenas pelas inovações cinematográficas que trouxe em termos de efeitos visuais, mas também por ter uma excelente construção de personagens e um enredo bem costurado – o roteiro é de Lang com a escritora Thea von Harbou, autora do romance em que o filme se baseia e mulher do diretor na época.
Teatro Guaíra (Praça Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Dia 5, às 10 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa: 7 anos.
Com trama que se passa no ano de 2026, o filme apresenta uma sociedade de trabalhadores oprimidos pelo patrão e pelas máquinas, em que uma organização subterrânea e messiânica surge como uma esperança para os desafortunados.
A dupla que se coloca na brecha desse sistema é o filho do capitalista, Freder (Gustav Fröhlich), e a operária Maria (Brigitte Helm), líder espiritual dos operários. No desfecho, a união entre mão de obra e empresário é mediada por Freder.
Geiger destaca o lado visionário de Fritz Lang (1890-1976), que incluiu um telefone com tela para imagens e o primeiro robô do cinema, que serviria de modelo para toda a ficção científica feita desde então.
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