Fitas de VHS compõem uma das perucas do figurino.| Foto: Divulgação

Uma das peças mais engraçadas de Molière ganhou roupagem brasileira com os Parlapatões, grupo de São Paulo que traz “O Burguês Fidalgo” ao Teatro da Caixa de quinta a domingo (dias 19 a 22).

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No enredo, um comerciante emergente deseja aparentar a nobreza que não tem – e toma todas as piores decisões para conseguir isso.

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“Se tem alguém sem noção é o protagonista Jordain”, brinca o diretor Hugo Possolo. A estratégia adotada pelo personagem é tentar conquistar uma dama da nobreza – apesar de ele já ser casado.

Os Parlapatões tradicionalmente abrem espaço para o improviso, e, nesses dois anos em que a peça tem circulado, muitas referências à crise econômica acabaram sendo acrescentadas. Por exemplo, piadas com desemprego e inflação podem surgir...

“Acabamos fazendo uma ligação entre o personagem, que é emergente, e o país emergente que deseja aparentar algo que não precisa, porque já tem coisas incríveis sem isso”, diz o diretor.

Um dos elementos que diferenciam o grupo dos nobres daquele dos burgueses é, obviamente, o figurino, indicado ao Prêmio Shell em 2013.

O senhor Jordain tenta se vestir como um rico com tradição, sem sucesso. Em uma das cenas que brincam com esse fato, ele tem uma prova de roupa com uma estilista – e ali despeja toda sua ignorância em relação ao requinte.

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O Burguês Fidalgo

Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 19 a 21 às 20h e 22 às 19h. R$ 10 e R$ 5 (meia). Classificação indicativa: 16 anos. Mais informações no Guia.

Alguns materiais utilizados pelo grupo nas indumentárias são surpreendentes, como fitas VHS e luvas cirúrgicas para as perucas. “Dá um aspecto de roupa de época e ao mesmo tempo de material reciclado contemporâneo”, explica Possolo.

Os Parlapatões já passaram várias vezes pela cidade ao longo de seus 24 anos de história, e têm duas cartas na manga que são candidatas a participar do próximo Festival de Teatro: “Até Que Deus é um Ventilador de Teto” e “Os MeQueTreFe”.

O elenco se define como “comediantes contemporâneos”, ou melhor, palhaços, com o uso de muita interação com o público.