O espetáculo de dança “Pixel”, do grupo francês Compagnie Käfig, chega a Curitiba nesta quinta-feira (10), às 21 horas, no Guairão. Os ingressos já estão esgotados.
Criado em 2014 pelo diretor e coreógrafo de hip-hop Mourad Merzouki em parceria com Adrien Mondot e Claire Bardainne, o show mistura coreografia e projeção visual para criar efeitos deslumbrantes (veja abaixo).
Interação
Em entrevista à Gazeta do Povo, Merzouki conta que o show nasceu depois que ele foi procurado por um festival de artes digitais em 2013 para criar uma peça que misturasse dança e novas tecnologias.
Foi quando conheceu o trabalho de Adrien e Claire, que lideram uma companhia em Lyon especializada em criações que misturam realidade e virtualidade.
“Ali, minha imaginação começou a explodir. Já estava imaginando como o corpo dos dançarinos poderia interagir com este espaço virtual, e fiquei admirado com os milhões de possibilidades que este novo ambiente podia oferecer”, diz o diretor, que vem trabalhando com projeções de vídeo desde 2003, em “Corps Est Graphique”.
O objetivo é criar um efeito óptico que solte a imaginação do público. ‘Pixel’ é sobretudo uma peça destinada a fazer o público viajar e sonhar.
“Pixel” (2014), no entanto, vai “definitivamente” mais longe na exploração das possibilidades da tecnologia digital, diz Merzouki.
Sincronia
O diretor pensou em uma coreografia que casasse estes recursos tecnológicos com o hip-hop, que está na base de seu trabalho, expandido com elementos de circo, artes marciais e dança contemporânea.
Serviço
Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro), (41) 3304-7982. Dia 10, às 21h. Ingressos esgotados.
“Sempre considerei minha prática com o hip-hop como uma oportunidade incrível para ampliar os horizontes. É por isso que em cada criação minha eu tento confrontar o hip-hop com outras formas de arte, outras culturas. É o que fiz com ‘Pixel’ também.”
Não há efeitos propriamente ditos no show. A ilusão de interação entre os 11 bailarinos e as projeções – que formam uma espécie de cenário virtual expansivo, com elementos geométricos que se transformam e deslizam pelo espaço – acontece graças à sincronia entre dança e vídeo.
“O objetivo é criar um efeito óptico que solte a imaginação do público”, conta Merzouki.
O resultado exigiu muita conversa e ajuste entre dança e criação visual para chegar à sincronia perfeita – o ponto em que o espectador não consegue discernir se é a dança que controla a projeção ou vice-versa.
O diretor reconhece que o equilíbrio entre o mundo real e virtual buscado pelo espetáculo ecoa discussões sobre esta relação no cotidiano das pessoas. Mas ele diz que “Pixel” não é exatamente um trabalho conceitual. “É sobretudo uma peça destinada a fazer o público viajar e sonhar”, resume.
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