Chris Macedo: voz ao passado.| Foto: Gilson Camargo/Divulgação

Chega à metade o projeto que prevê a montagem de todos os 24 cantos da “Ilíada” de Homero. Com estreias não lineares, a ideia é terminar tudo até o próximo Festival de Teatro – e ainda tentar levar o conjunto à Grécia durante as Olimpíadas do Rio.

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Com apresentações até domingo na Sala Londrina, no Memorial de Curitiba, o “Canto 2” faz sua estreia. Quem interpreta o capítulo, considerado o mais denso de toda a obra, é a atriz veterana Christiane de Macedo.

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“É um panorama logístico da guerra”, explica o diretor Octávio Camargo. A dificuldade vem da descrição pormenorizada do exército grego, e, depois, do troiano, com a nomeação dos navios, líderes e das cidades que contribuíram para a batalha – muitas delas ainda existem na Grécia.

No início, o deus Júpiter envia um sonho a Agamenon, rei grego. Ele pensa em fugir do combate, mas é convencido a lutar pelos deuses. Mas, para angariar o apoio completo do povo, cria um esperto esquema: discursa ao seu exército afirmando que irá desistir, mas só para testar os ânimos. Ulisses, a par de tudo, convence então os soldados de que o melhor é enfrentar o inimigo, o que faz com que a partida para a guerra surja de uma decisão aparentemente de baixo. E lá se vão eles. Lembrando que esse é somente o segundo canto da obra, ou seja, muita água ainda vai rolar.

“Esse episódio mostra que, desde a antiguidade, existem dois discursos, um entre os poderosos, outro para o povo”, analisa o diretor.

Outra curiosidade que assemelha o trabalho com a política atual é a presença de um palhaço no exército grego, que faz piadas de Agamenon. Como castigo, ele apanha em público de Ulisses, como forma de “estimular” os demais a andar na linha. Qualquer semelhança com acontecimentos recentes do Paraná não será coincidência.

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