Abe Lucas (Joaquin Phoenix) é um professor de filosofia beberrão e absolutamente desiludido com a miséria de sua vida. Tragédias pessoais e a familiaridade com o desespero humano de Soren Kierkegaard; com os imperativos éticos de Imanuel Kant; ou com as dúvidas sobre a razão da escola francesa que conhece tão bem das aulas e dos livros, o tornam homem sem perspectiva. Uma bomba relógio pronta para se autodestruir.
Porém, ainda que deprimido e barrigudo, Lucas tem reputação de intelectual polêmico e original (uma figura claramente inspirada em tipos como Cristopher Hitchens) e sua transferência para uma universidade pacata no interior dos Estados Unidos causa furor no campus.
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Leia a matéria completaNinguém fica indiferente ao charme sofredor e à inteligência do novo professor que, no primeiro dia de aula, diz aos alunos que um abismo separa a vida real do mundo teórico e do “besteirol filosófico” para concluir que: “Boa parte da filosofia não passa de masturbação verbal”. Em especial, as duas mulheres mais interessantes dos corpos docente e discente: Rita (Parker Posey), uma voluptuosa professora de química, e Jill, (Emma Stone), brilhante e bela aluna de filosofia.
Acontece que um pequeno milagre, destes que moram nas coincidências, causa uma iluminação, uma epifania que faz com que a vida de Abe volta a fazer sentido.
Este é o momento chave do roteiro do filme “O Homem Irracional”, que Woody Allen escreveu e dirigiu e que estreou nesta quinta-feira (27) nos cinemas de Curitiba.
Confira no Guia onde assistir ao filme
Não sou eu quem vai contar o que acontece de revolucionário na vida daquele homem, pois neste segredo reside parte da boa diversão dos cerca de 100 minutos de um filme que deve agradar mais aos fãs de Allen do que aos não iniciados.
Certamente tem a ver com as reflexões que o protagonista faz sobre aqueles conceitos filosóficos acima citados (tá certo, aí vai uma pista), misturando-os com o clássico “Crime e Castigo”, de Dostoievski, de uma forma parecida com a que outro gênio do cinema já fez há mais de 60 anos num filme praticamente sem cortes de câmera (Alfred Hitchcock em “Festim Diabólico”).
No filme de Allen, o que se vê a partir daí é uma aula relâmpago, presencial e intensiva de filosofia para o espectador. Verborrágica e desconfortável, mas ainda inteligente e divertida.
Lançado com boa aceitação da crítica no ultimo festival de Cannes, o filme pode ser considerado um dos “melhores filmes menores” de Woody Allen (o que não é pouca coisa).
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