Mauro Zanatta apresenta seu novo time no Paiol

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Mauro Zanatta completa 21 anos de escola de atores cômicos em Curitiba com um formato de mostra que integra o profissional ao amador num lugar sagrado para o teatro da cidade, O Teatro do Paiol. Serão quatro dias de apresentação, começando nesta quinta-feira (23) com a estreia de “Cinco Vira Dez Ganha”, solo criado por ele.

As performances individuais grudaram na pele de ator de Zanatta. Não se trata apenas de uma escolha pela produção simples, de baixo custo, que lhe permite trabalhar de forma independente. Também tem relação com a sobrevivência artística, que ele vem lapidando desde “BB, o Virulento”, sobre Brecht; “Obsceno Eu Público”, sobre o teatro brasileiro; e “A Queda”, com texto de Albert Camus.

Desta vez, a criação surgiu durante a Copa do Mundo de 2013. Ele ouvia os foguetes (quando era possível comemorar) no meio do mato, enquanto fazia um retiro de meditação. “Fiquei pensando no jogo e no teatro que é o futebol, e como ele representa como metáfora o Brasil. Será que a malandragem é desejável?”, questiona.

No monólogo, o ator utiliza várias vozes, refletindo um pouco sobre as diferentes paixões humanas. Um questionamento que surge é se vale qualquer coisa para ganhar, seja em que atividade for.

A própria questão do “jogo” entre ator, personagem e plateia é matéria de pesquisa de Zanatta há tempos. “É na brincadeira que as pessoas se tornam relevantes”, teoriza. O trabalho tem direção de Ana Paula Mello Peixoto.

Os outros dias reúnem trabalhos de discípulos de Zanatta, alguns atuais, outros de longa data. Na sexta-feira (24), o Paiol recebe “Por um Lindésimo de Segundo”, com Aaron Ramathan, Yara Rossatto, Gabriel Teixeira e o músico do Blindagem Paulo Teixeira, num show musical com poesias de Paulo Leminski. O grupo faz uma coletânea de pensamentos e haicais do poeta, com direção de Zanatta.

No sábado (25), Richard Rebelo, de retorno de suas andanças pelo mundo, traz “O Causo é o Seguinte...”. No solo, ele usa cordéis nordestinos e música do interior de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, até os causos gaúchos. A tradição oral brasileira é o substrato para falar dos contrastes entre as regiões.

Quem encerra a mostra são os novos atores e não atores que cursaram a escola de Zanatta no último semestre. “Nova Comédia, Novos Atores” traz esquetes criadas a partir de conteúdos pessoais dos participantes, utilizando improvisação e clown.