Adaptação da adaptação, o balé trágico “Romeu e Julieta” reestreia no Teatro Guaíra nesta quinta-feira (27) com modelagem mais enxuta. A versão do amor impossível entre dois jovens, criada pela casa em 2008 com coreografia de Luiz Fernando Bongiovanni, foi reduzida de duas horas e vinte minutos para cerca de uma hora, numa versão que também reduz cenários para possibilitar viagens práticas pelos teatros do interior.
A obra mantém a assinatura visível do Guaíra, com um casamento feliz entre dança contemporânea e música clássica.
O processo de encurtamento, porém, não foi nada fácil, conforme relatam os envolvidos. Foi preciso retirar cenas paralelas da trama, mas de forma que a partitura musical de Serguei Prokofiev pudesse ser emendada.
“Quem não conhece a obra dificilmente irá sentir”, promete o maestro Luis Gustavo Petri. “Ficou redondo”, concorda Edson Bueno, que fez a direção cênica.
De acordo com Bongiovanni, a negociação para os cortes precisou agradar a todos – em algumas partes, Petri dizia que poderia “perder um rim, mas não aquele trecho de música”.
BALÉ
Teatro Guaíra (Praça Santos Andrade, s/nº), (41) 3302-7900. Com o Balé Teatro Guaíra. Dias 27 a 29 às 20h30 e 30, às 18 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia). Classificação indicativa: livre. Mais informações no Guia.
Em Curitiba, o balé Guaíra dança ao som da Orquestra Sinfônica, mas, nas outras cidades, será usada uma gravação. Além disso, perde-se o cenário de grandes estruturas de metal, mas mantêm-se escolhas interessantes que marcam a adaptação de Bongiovanni, como a ama de Julieta interpretada por um homem (os bailarinos Reinaldo Pereira e Nelson Mello – cada personagem tem duas opções de intérprete). Romeu é feito por Fábio Valladão ou André Neri. Julieta, por Patrícia Machado ou Deborah Chibiaque.
Algumas das cenas cortadas incluem interações de Julieta com sua família e danças de conjunto. Acréscimos também foram feitos, como a narração gravada que situa a trama durante o prólogo.
A nova versão já foi testada em Toledo, no Oeste do Paraná. “A obra permanece no que ela tem de subjetiva, continua emocionando”, opina Bueno.
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