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A Paramount Pictures e o ator Tom Cruise anunciaram nesta quarta-feira o fim de uma parceria de 14 anos, enquanto o presidente da empresa que é dona do estúdio criticava o comportamento do astro fora das telas.

- Por mais que gostemos dele pessoalmente, consideramos errado renovar o contrato - disse ao diário "The Wall Street Journal", em entrevista postada online, o presidente da Viacom Inc, Sumner Redstone.

- Seu comportamento recente não tem sido aceitável para a Paramount.

Paula Wagner, a sócia de longa data do ator em sua empresa cinematográfica, a Cruise/Wagner Productions, descreveu como "ofensivos" e "indignos" os comentários de Redstone sobre o ator três vezes indicado ao Oscar.

- Quaisquer observações que o sr. Redstone teria a fazer sobre Tom Cruise pessoalmente ou como ator não guardam relação com esta questão, que diz respeito a negócios - disse ela à Reuters.

- Deve haver outras considerações que o estúdio tem em mente para que se decida a caluniar dessa maneira o ator, que foi uma de suas maiores fontes de renda - acrescentou.

Cinco filmes estrelados por Cruise e co-produzidos por sua empresa, incluindo a série "Missão: Impossível", já renderam à Paramount em bilheterias mais de 2 bilhões de dólares em todo o mundo, nos últimos dez anos. E Paula Wagner disse que os filmes de Cruise foram responsáveis por aproximadamente 15 por cento de toda a receita de bilheteria da Paramount durante esse período.

Ademais, Wagner afirmou que foram ela e Cruise que optaram por deixar a Paramount e fundar um novo empreendimento financiado através de um fundo de US$ 100 milhões.

- Tomamos a decisão de não continuar nosso relacionamento com a Paramount Pictures - disse ela.

Executivos da Viacom e da Paramount se negaram a comentar o assunto.

A guerra de palavras entre Redstone e Wagner caracterizou o fim amargo de uma das mais lucrativas alianças de produção entre um grande estúdio de Hollywood e um dos chamados astros de primeira linha.

Ela se seguiu a outros sinais indicando que a posição de Tom Cruise foi prejudicada por uma sequência de gafes publicitárias do ator, que vão desde seu comparecimento, no ano passado, ao "The Oprah Winfrey Show", no qual saltou sobre o sofá enquanto declarava seu amor pela atriz Katie Holmes, até as críticas estridentes que fez à psiquiatria.

Apesar de Cruise ter recentemente liderado a lista anual das 100 celebridades mais poderosas do mundo compilada pela revista Forbes, seu filme mais recente, "Missão: Impossível 3", estreou em maio e teve performance nas bilheterias abaixo do esperado.

Dias depois, uma pesquisa USA Today/Gallup constatou que o brilho de Cruise se reduziu consideravelmente aos olhos do público, tanto que mais da metade dos entrevistados registrou opinião "desfavorável" do ator.

Muitos citaram seu comportamento fora das telas no último ano, incluindo os comentários públicos sobre sua fé na cientologia e as críticas fortes que fez à atriz Brooke Shields por ela ter tomado medicamentos para tratar sua depressão pós-parto.

Cruise também se tornou alvo de piadas e de fofocas dos tablóides por seu romance com a jovem Katie Holmes, que recentemente deu à luz a primeira filha biológica do ator, Suri.

No mês passado, o "Los Angeles Times" informou que presidente da Paramount, Brad Grey, estaria em conversações com a Cruise/Wagner para reduzir o valor que o estúdio paga anualmente à produtora, de mais de US$ 10 milhões para US$ 2 milhões.

Paula Wagner contestou essas cifras e disse que o fracasso das negociações com a Paramount não se deveu a divergências em relação a dinheiro, mas à oportunidade que apareceu para a produtora partir numa direção nova.

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