Cena do filme "Toy Story 3"| Foto: Divulgação

Toy Story 3

(Toy Story 3. EUA, 2010). Direção de Lee Unkrich. Com as vozes de Tom Hanks, Tim Allen e Joan Cusack. Concorre ao Oscar nas categorias de filme, animação, ator, roteiro adaptado, edição de som e canção original.

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O caubói e o astronauta são duas das figuras mais emblemáticas na cultura dos Estados Unidos. Eles têm muito em comum. Simbolizam coragem, independência e espírito desbravador. Mas também são, de certa forma, ícones que evocam a solidão frente ao incomensurável, que pode ser tanto a vasta e inóspita natureza do Velho Oeste quanto o espaço sideral.

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Não à toa, a trilogia Toy Story, cujo primeiro filme é pioneiro na história da animação tridimensional feita em computador, é protagonizada pelos bo­­necos Woody, um vaqueiro tradicional e sem maiores parafernálias eletrônicas, e Buzz Lightyear, um homem das estrelas bem mais moderno do que seu compnheiro. No terceiro – e melhor – episódio da série, iniciada em 1995, os dois, brinquedos favoritos do menino Andy, que agora já tem 17 anos, compartilham o fato de terem ficado obsoletos em vários aspectos.

Prestes a se mudar para a universidade, Andy está desmontando seu quarto e empacotando sua vida de menino. Não sabe se doa seus brinquedos ou se os guarda no sótão. Na bagagem, quer levar apenas Woody, o predileto.

Com medo de irem parar na lata de lixo, e após uma série de contratempos e coincidências infelizes, o caubói, Buzz e toda sua trupe acabam indo parar em uma creche, onde vivem a ilusão de terem encontrado a terra prometida, onde sempre haverá crianças com quem brincar. Ledo engano. O lugar é comandado por Lotsa, um urso de pelúcia que, por trás da aparência fofa, esconde uma mente perturbada. Ele acredita que teria sido abandonado e substituído por sua antiga dona.

Com cenas impagáveis e criativas, além de diálogos inteligentes e muito engraçados, Toy Story 3 faz uso do excelente roteiro para discutir temas fundamentais para crianças e adultos. Fala das mudanças que vêm com o tempo, da obsolência e da morte. Faz isso com graça e delicadeza, mas não poupa o espectador de sequências dramáticas e de partir o coração. Entre elas, a quase destruição dos brinquedos num forno de incineração. Maior bilheteria mundial de 2010, o filme merece estar entre os dez indicados na categorias principal do Oscar e deve levar o de melhor animação.

O estrondoso êxito comercial e de crítica do longa reafirma a força criativa do gênero, entre os mais rentáveis na Hollywood do século 21.

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Até o próximo sábado, o Caderno G publica críticas dos dez longas-metragens indicados ao Oscar de melhor filme. Os vencedores serão conhecidos no domingo, dia 27 de fevereiro